REFLEXÕES - A Arte Muda...


A Arte Muda... Esse tema me veio a mente sem qualquer referência mas... Vamos lá!

Desde que me propus a escrever semanalmente sobre Arte, sabia que teria que buscar temas, já que o assunto principal é Arte. Sabia também que em alguns momentos eu poderia não ter o que publicar já que, com todos os afazeres do dia a dia, especialmente como professor, meu tempo seria absorvido por outras atividades e, ao fim em uma semana qualquer, poderia não ter o que publicar.

Obviamente, este é um problema meu, já que esse compromisso foi assumido por mim e comigo mesmo. Na medida em que ninguém me cobra ou espera que eu publique, a não ser eu mesmo, eu não teria com que me preocupar. Ai entra o outro lado da história, tenho o péssimo hábito de honrar compromissos assumidos, logo, se não dou conta, preciso prestar contas e justificar porque não fiz o que disse que faria, a questão é que, nesse caso, essa cobrança é feita por mim e a mim mesmo... É muita neurose... Uma briga entre Ego e Alter Ego. Quem sabe o Superego resolva esse embate, é ele que considero o grande herói de nossas vidas...

Nesse sentido escrevo tendo em vista um público invisível e suposto que talvez leia o que escrevi e, em geral, poucas pessoas lêem. Digo em geral pois algumas vezes tenho retorno daqueles que leram e comentaram. Já tive acessos de pessoas de outros países que, mesmo de línguas diferentes da nossa se deram ao trabalho de ler e comentar com propriedade. Fico feliz quando isso acontece, mas isso não é a regularidade e sim a exceção.

Vou semiotizar um pouco: Todos que escrevem ou criam qualquer tipo de texto seja verbal, visual, musical, cênico, audiovisual, etc. idealizam um público, seja ele definido a priori ou construído na estruturação do texto já que ele, texto, vive de (e na) sua interpretação senão estaria morto ou mudo de nascença. 

O encontro entre destinador (escritor/criador) e destinatário (leitor/apreciador) se dá no texto, é isso que faz com que o texto seja capaz de produzir sentido e significação, logo, um texto sem leitor não existe (mesmo que o leitor fisicamente não exista de fato, ele existe no próprio texto). O texto, enquanto manifestação formal, sempre diz algo a alguém por meio de sua própria configuração textual, escritor e leitor são instâncias textuais imbricadas na trama do texto e aí um não existe sem o outro.

Portanto todo texto, seja ele qual for, surge entre (e no diálogo de) um escritor e um leitor. Mas se esse leitor é idealizado, então quem é ele?

Aqui volto a falar do Alter Ego. Escritores estão habituados a usar um Outro Eu para dar sentido aos seus escritos, os heterônimos de Fernando Pessoa, por exemplo, os codinomes ou psêdonimos usados por vários artistas e criadores são modos de dar vida a outras personalidades (não paranóicas), aos personagens ou a si mesmo. Um universo rico em pessoas virtualizadas no texto ou imagem (até os avatares, emprestados do Hinduísmo, servem de desculpa, para criar diálogos com a mente). Assim esse suposto leitor acaba sendo um Alter Ego, um espelhamento do autor, construído no texto para fazê-lo funcionar enquanto gerador de sentido. Só para lembrar, o conceito de Alter Ego foi criado por Cícero, filósofo romano, no século I a.C., e não tem nada a ver com Ego e Superego.

Ego, Superego e Id são construções Freudianas para caracterizar a psiquê humana. O Eu ou Ego é aquele que se manifesta socialmente como o vemos como pessoas. O Id é o Eu profundo, o estado mais básico e elementar do indivíduo sobre o qual não temos domínio pleno e o Superego, esse que considero o grande herói de nossa existência, é o mediador entre essas duas instâncias psiquicas e mantém, ou tenta manter, em equilíbrio estes dois estágios da mente. Imaginem se não tivermos esse apoio do Superego, quantas vezes tivemos impulsos extremos e, na hora "H", o Superego nos disse: Xa prá lá, não vale a pena... Enfim ele é nosso redutor de besteira... O Id diz: Faz!, Faz! e o Superego: Pera aí, Pera aí!   Brincadeira, mas nem tanto...

Bem, considerando que o tema inicial, A Arte Muda..., até agora nada a ver com ele não?
Ledo engano, o que fiz até aqui foi tentar desenvolver um racionínio que pudesse levar a uma reflexão, de novo, sobre a Arte.

A frase A Arte Muda, pode assumir a forma de um jogo de palavras, ter duplo sentido e ser interpretada de duas maneiras: 

Uma que adota o sentido de que a Arte é Muda, ou seja, não fala no sentido das palavras, portanto não é facilmente entendida e, por isso de difícil aceitação. Em várias reflexões nos textos que tenho publicado aqui apontei a questão da intelegibilidade e da interpretação das manifestações da Arte Visual. Na maioria delas discuto questões como entendimento relacionando-os ao domínio cultural, educacional e técnico entre outros. Em especial a Arte Atual não se propõe a descrições visuais ou narrativas temáticas que possam ser "lidas", interpretadas "literalmente", mas sim abordadas por meio de suas estratégias discursivas para extrair seus sentidos mais básicos ou profundos e, por isso, parece mais complexa ou Muda, para muitas pessoas.  

Outra adota a interpretação de que a Arte Muda no sentido de transformar, alterar estados de espírito, sensações, sentidos e significação, logo, esta leitura abre um horizonte imenso de possibilidades interpretativas digna dos grandes pensadores e até adotar como meta  Mudar as pessoas e o mundo (megalômano não?). Nessa linha, pode-se pensar nas questões Conceituais que têm ocupado o contexto das reflexões sobre Arte nos últimos cinquenta anos. Mesmo que não mude o mundo e as pessoas continua mudando, transformando a si mesma já que como criação é também auto-transformadora. Tudo é uma questão de sintonia com o seu tempo e seu lugar, aqui e agora.

Como se pode ver um tema que surgiu, quase do nada, dá "panos prá manga", por falar em manga, ao ouvir essa palavra como você a interpreta? Bem, esse pode ser outro tema, para outro texto...

Agradeço a paciência e a gentilieza, pois se você chegou até aqui é porque leu mesmo! Muito obrigado. Aproveite e compartilhe, quem sabe a gente contamine mais pessoas (melhor não usar contaminar, lembra vírus e disso estamos cheios) talvez contagiar mais pessoas (parece mais leve embora, contaminar e contagiar, sejam sinônimos), enfim não se acerta sempre...

Ali em baixo  tem um lugar para comentar se quiser.

REFLEXÕES - Mona Lisa: A maior personalidade de todos os tempos...

Mona Lisa, Leonardo da Vinci, 1503-06.

Mona Lisa é o nome do quadro mais famoso de Leonardo da Vinci, realizado por volta de 1503-06, encomendada pelo esposo de Lisa, Francesco del Giocondo, próspero comerciante de Florença para presentear a esposa Lisa Gherardini por ocasião do nascimento de um de seus filhos.
Quando Leonardo é convidado por Francisco I, imperador da França, para prestar serviços naquela corte, leva consigo o retrato que, desde então, lá permance e hoje é a principal atração do Museu do Louvre em Paris.

A lenda conta duas versões: uma é a que Da Vinci nunca entregou o quadro ao comerciante, outra é que havia entregue uma versão primeira, atendendo a encomenda e a versão Louvreana, a que ele havia levado consigo para França finalizou lá, pois estava interessado em continuar o projeto de execução que testava como o uso do sfumatto e do chiaroscuro.

Uma das imagens mais reproduzidas da História da Arte, mais controversa, mais polemizada, cultuada e admirada, uma das mais famosas figuras de todo o mundo, não por ser a Lisa Gherardini, mas por ser La Joconda, Gioconda, Mona Lisa, ou seja, uma personalidade sem igual, embora mais ficcional do que real...

Sua presença extrapola o Museu do Louvre. A maioria das pessoas sabe quem é ela sem nunca ter ido a Paris, tampouco ter sequer pisado no Museu. É nossa conhecida de longa data, uma parente distante, uma vizinha, uma antiga conhecida, uma tia, prima, irmã, mãe, avó, ou seja, pode ser quem quisermos, abra a imaginação e faça sua experiência "Lisiana"...

Foi o que fiz, tomei a imagem como referência e construí um percurso de leitura dessa figura imanente, virtualmente presente em nossa memória cultural.

O nascimento público oficial de Mona Lisa (antes era propriedade pessoal de Leonardo) ocorre no castelo de Fontaineblau quando o rei Francisco I a adota (dizem que adquiriu de Leonardo) como parte da decoração. Posteriormente é levada ao palácio de Versalhes. Depois da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte, encantado pela obra, a sequestra de Versalhes e leva para o palácio do Louvre para decoração de seus aposentos pessoais. Quando o Louvre é transformado em Museu, ela lá permanece confinada até hoje.

Isso não é bem verdade, ela teve oportunidade de ausentar-se em algumas ocasiões: uma quando no período de guerra da França com a Prússia, quando é retirada do Louvre e escondida para não servir de espólio. A segunda ocorre em 1911 quando é novamente sequestrada permanecendo em cativeiro até 1913.

Nessa segunda ocasião é retirada contra a vontade do Museu do Louvre e levada para a Itália, mas como isso aconteceu?
Há a versão da apropriação indébita, considerando tal subtração como roubo, no entanto, Vicenzo Perugia, o famigerado sequestador, alegou que simplesmente estava "repatriando" Mona ao lugar de onde nunca devia ter saído: a Itália. As autoridades não foram convencidas dessa versão considerando que a descoberta do furto e do furtivo ladrão só foi revelada quando ele tentou vender a obra a um colecionador...

O mais intrigante é que as visitas ao local da obra, no Louvre, ao contrário de diminuir aumentaram! Muistas pessoas iam até lá para ver a "ausência" da Mona Lisa... pasmem...

Mona Lisa” é roubada do Museu do Louvre – efemérides do éfemello
O lugar em que Mona Lisa ocupava no Museu até o roubo.

Durante esse período a mídia jornalística se esbaldou. Muito se especulou e se divertiu em torno desse fato. Muitas críticas e caricaturas foram feitas nesse período:




Você sabe por que a Mona Lisa é tão famosa?
A reconstituição do crime elaborada pela imprensa que atribuia o roubo à paixão irrefreável de Perugia por Lisa...
O retorno de Lisa, imaginem, vítima da Síndrome de Estocolmo, com consequências desastrosas...

Tudo isso fez com que a notoriedade de Mona Lisa aumentasse. Vale lembrar também as viagens memoráveis de Lisa, embora oficiais, a levaram para outros lugares, mesmo como uma espécie de embaixatriz da Arte, é bom sair da França, de vez em quando...
Em 1963, faz a primeira visita oficial a New York, em 1974 vai ao Japão, fazendo escala na Rússia.

Preparação para viagem na primeira classe, sem riscos...

How Jacqueline Kennedy Brought the Mona Lisa to America
Mona Lisa na National Galery of Art em New York.
東京国立博物館 - トーハク
Mona Lisa no Museu Nacional de Tókio, em 1974.
Depois disso, nunca mais foi autorizada a viajar... Uma questão de proteção! Eta vida triste...

O surpreendente ranking proporcional do coronavírus
Em tempos de vírus é bom se prevenir, mas a questão não é bem essa, Da Vinci pintou sobre um suporte de madeira, que já apresenta várias fissuras, qualquer movimentação pode piorar a situação da famosa anciã, logo, quarentena sem fim é a sua sina...
Fora os riscos de atentado que Lisa sofre: em 1956 um manifestante atira ácido sobre a obra quando estava sendo exposta na cidade de Montalban, na França. No mesmo ano, já no Louvre, outro atira uma pedra, os dois atentados necessitaram de cuidados e reconstruções minuciosas da obra. Na exposição do Japão uma pessoa atira recipientes de tinta colorida sobre ela (sorte estar protegida por vidro). Em 2009 uma pessoa atira nela uma xícara (comprada no próprio museu), sorte que nessa época ela já estava devidamente protegida por vidro blindado... Enfim, celebridade é isso, atrai tanto o bem quanto o mal...

Homenageada ou ridicularizada, fama é assim mesmo, alguns contentes outros descontentes...

Selos De Porte Postal De Mona Lisa Imagem de Stock - Imagem de ...
Selos postais é um  bom meio de mostrar o reconhecimento.

SIERRA LEONE] - 500th Anniversary of Leonardo da Vinci painting of ...Peintures de la Renaissance: Leonard de Vinci



Muitos artistas tomaram a Mona Lisa como tema reoperando, ressignificando, relendo ou simplesmente se referindo a ela como tema ou assunto. Personalidade é isso: provoca, estimula, desafia...

Marcel Duchamp, 1919.



Fernando Botero, 1959.

Sala Zero: Algumas versões de Mona Lisa
Salvador Dali, 1963.


DMona Lisa -More Pins Like This At : 🗽🎆🌈FOSTERGINGER ...
Andy Wharol, 1969.

Mona Lisa Jean Michel Basquiat 100% Hand Painted Oil Painting ...
Jean Michel Basquiat, 1983.
Vik Muniz e as suas 10 criações mais impressionantes - Cultura Genial
Vick Muniz, 1999.

Muitos outros artistas, designs, criadores de todas origens, formas e tamanhos tomaram Mona Lisa como inspiração. Até o comércio não se furtou de identificar lojas e produtos com seu nome, tornado-o marca, ora felizes, ora infelizes, só para aproveitar a fama da menina...

LISO NO CHUVEIRO/MONA E LISA RETRÔ COSMETICOS/DENISON DIAMOND ...Retrô Cosméticos Progressiva Semi Definitiva Mona e Lisa 300ml






Mon Bijou (Bombril) - 1998 - Propagandas Históricas | Propagandas ...


Produtos de marca - Avaliações de viajantes - Monalisa Paraguay ...
Loja Monalisa em Ciudad del Este no Paraguai.


Também não é preciso exagerar, tadinha....

Página inicial


 Reunir criador e criatura foi a intenção de Heinz-Dieter Falkenstein:




Enfim, espero que, além das informações sérias, tenham se divertido um pouco...
Curtam e compartilhem nesse tempo de quarentena, agradeço.


REFLEXÕES - Arte e Reclusão X Arte e Terapia: Eis a questão...


Bispo do Rosario | Arthur bispo do rosario, Arte bruta, Arte ...
Artur Bispo do Rosário

Por mais que eu tente me afastar da ideia do vírus ou do maligno, volta e meia acabo esbarrando neles. Se não dá prá ignorar então procuro falar nisso de outro jeito... Assim, quem sabe, alivio um pouco a tensão...

Fomos instados ao distanciamento social, uma espécie de reclusão provisória, uma quarentena.
Por falar em reclusão... lá vai mais um tema:

No Japão atual se reconhece o fenômeno do Hikikomori, ou seja, alguém (em geral jovem) que se impõe o isolamento social. Há um componente cultural na questão do Japão por ser uma sociedade considerada muito rígida e exigente com seus jovens que faz com que esse tipo de reclusão passe a ser uma espécie de conduta compulsiva e de difícil retorno. Muitos tem esse comportamento reforçado pelo uso de ferramentas digitais como os computadores, games e o acesso às redes sociais que passam a ser seu único ambiente de relacionamento. Tratado como uma síndrome ou doença, também se manifesta em outros países o que pode vir a ser caracterizado como uma nova epidemia no século XXI...

O ser humano não é dado ao isolamento tampouco imune aos seus efeitos, portanto, nem todos são capazes de suportar a solidão. Nossas relações interpessoais se iniciam (quase que) antes do nascimento e se prolongam por toda a vida. Como se diz: ninguém é uma ilha...
Quando alguém se isola ou é isolado, sofre as consequências desse isolamento e em alguns casos chegam a situações extremas. Nesse momento o mundo experimenta a sensação do isolamento e, com isso, é também necessário buscar meios e estratégias de anular ou reduzir essa sensação buscando apoio com parentes, amigos ou mesmo nas redes sociais no intuito de se manter saudável por mais tempo. Pensando nisso tenho mantido minhas atividades e publicações em rede acreditando que as pessoas interajam com elas e mesmo que ninguém as leia ou acesse, para mim é como se assim fosse, (pensamento positivo).
O tema hoje é pensar na relação entre Arte e Reclusão, já que no contexto da saúde mental, na psicologia ou psiquiatria esse tema é bem conhecido.

Considero, a priori, que Arte é Arte e Terapia é Terapia, não é porque uma coisa se parece ou usa de recursos e meios de outra que se torna automaticamente outra. Futebol/Arte não significa que um jogador seja artista, do mesmo modo que chamar a culinária de Arte não transforma um cozinheiro em Artista... Acredito sim que é possível estabelecer diálogos entre uma e outra sem que percam suas identidades e suas especificidasdes:

Uma das aproximações mais intensas sobre a questão da reclusão na Arte é feita por por Jean Phillippe Arthur Dubuffet (1901-1985), pintor francês. Sua abordagem tem início quando ele, após a segunda guerra mundial, passa a visitar asilos, prisões, hospitais psiquiátricos, ou seja, lugares em que as pessoas eram mantidas em isolamento por diferentes motivos e necessidades. Queria conhecer a produção visual das pessoas que estavam ou viviam em condições reclusas. A partir das pesquisas passa a levantar várias questões teóricas sobre essa situação e, por fim, cunha o termo Art Brut (Arte Bruta). Entendia que tais manifestações não pertenciam ao contexto da Arte dominante ou ao Sistema de Arte vigente já que surgiam em outro contexto e a partir de um outro estado cognitivo e por motivos que não eram necessariamente estéticos, isso faz com que desenvolva também severas críticas à cultura artística dominante e, principalmente, à exclusão que certas pessoas, comunidades, etnias e criações sofrem dos agentes da cultura hegemônica (institucionalizada).

Desde os séculos passados, especialmente do XIX em diante, os estudos sobre as manifestações visuais realizadas por pessoas em condições de isolamento ou reclusão eram produzidas com fins terapeuticos e registradas nos documentos clínicos relacionados às psicopatologias. O médico suiço Hans Prinzhorn foi um dos que mudou o contexto terapeutico no campo da psicologia, incluindo as manifestações artísticas como um recurso clínico, publicou seu estudo sobre A Arte dos Doentes Mentais. Dubuffet o entrevista e analisa o trabalho de seus pacientes e chega às conclusões que definem uma nova categoria de Arte, a Art Brut. No Brasil, à semelhança do Dr. Prinzhorn, estão os trabalhos do Dr. Osório Cesar e a Dra. Nise da Silveira que desenvolvem procedimentos semelhantes aliando a Arte às terapias psicológicas em suas práticas médicas.

O trabalho de Dubuffet reconhece um potencial expressivo válido nas obras dos paciente do Dr. Prinzhorn, cujos aspectos plásticos são compatíveis com um processo expressivo livre e alheio ao sistema de Arte vigente e, a partir daí, passa a defender processos de produção artística espontâneos e autodidatas de alguns pacientes que leva ao reconhecimento alguns nomes como Adolf Wolfi, Willen van Genk e Carlo Zinelli entre outros que estimularam as reflexões de Dubuffet.

File:Adolf Wölfli Schähren-Hall und Schährer-Skt Adolf-Ring.jpg ...
Adolf Wolfli

Zoekgeraakt werk kunstenaar Willem van Genk teruggevonden ...
Willen van Genk

artwork by Carlo Zinelli | Paisaje urbano, Pintor, Arte
Carlo Zinelli

Ele próprio revê seus posicionamentos estéticos e adota atitudes criativas mais livres e espontâneas. Na primeira exposição de Art Brut, organizada por ele em 1949, na Galeria Drouin em Paris, fala de  “arte marginal” como anti-cultural, uma criação essencial do ser humano, na qual encontraríamos “os processos naturais e normais da criação artística, em seu estado elementar e puro”, isso resume o que chama de Brut.

DUBUFFET, Jean | Galerie de Bellefeuille
Jean Dubuffet
vila sobre a rota por Jean Philippe Arthur Dubuffet (1901-1985 ...
Jean Dubuffet

Dubuffet prega a admissão desse "estado elementar e puro" só é possível a partir de um isolamento cultural, o que é praticamente impossível para quem está submerso na cultura, mas que por um isolamento social, típico daqueles que estão apartados do grupo por questões de saúde, velhice ou criminais perdem o contato com os demais e ainda, aqueles em isolamento mental, por serem acometidos de psicopatologias, perdem a noção de realidade, nesses dois casos, podem revelar manifestações mais individualizadas e menos contamindadas pela moda, estilos e preferências culturais. Esse é o viés defendido por Dubuffet.

Como Dubuffet, outros teóricos e críticos, já estavam de acordo com a existência de manifestações mais espontâneas a partir da chamada Art Naif, (Arte Ingênua), homologada pelas obras de Rousseau em fins do século XIX, com aportes do Simbolismo e depois do Expressionismo em fins do século XIX e início do século XX. Nesse sentido seria complicado regredir ao estágio anterior de tendência clássica e hegemônica e negar que Dubuffet tivesse razão. Pelo sim, pelo não, a Arte Naif e Art Brut passam a compor o rol de manifestações artísticas e serem reconhecidas pela História da Arte no mesmo pé de igualdade com as demais manifestações admitidas nesse universo "seletivo". Nesse sentido o caráter "espontaneísta", não intencional, não volitivo, não propositivo e, em geral, alienado de qualquer relação com o contexto social e cultural passa a ser também entendido como artístico. Nesse sentido me coloco numa posição mais "agnóstica": entre o sim e o não... 

Os trabalhos do Dr. Osório Cesar no Hospital Psiquiátrico do Juqueri em Franco da Rocha, São Paulo, são referência do uso da Arte como abordagem terapeutica em busca da humanização das terapias nessa área. Fundou neste hospital a Escola Livre de Artes Plásticas, promoveu mais de cinquenta exposições de desenhos e pinturas de seus internos. Publicou um grande número de obras sobre a expressão artística dos alienados, dentre elas: Misticismo e Loucura. Uma curiosidade: sua esposa era Tarsila do Amaral, com quem compartilhava os interesses artísticos.

A Dra. Nise da Silveira, atuou inicialmente no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro onde cria a Seção de Terapêutica Ocupacional e depois o Museu do Imaginário com obras dos pacientes. Mais tarde funda a Casa das Palmeiras no Rio de Janeiro, destinada à reabilitação de ex-pacientes, usando aí a ideia de Arte/Terapia.

No Brasil um dos maiores representantes desse tipo de manifestação artística é Artur Bispo do Rosário. Interno por mais de 50 anos na Colônia Juliano Moreira no Rio de Janeiro, onde faleceu.
Dotado de alta capacidade criativa e criadora desenvolveu durante todo o tempo de seu internado um conjunto imenso de obras que constam do Museu Bispo do Rosário, local da antiga colônia psiquiatrica na qual residiu a maior parte de sua vida.

Em 1981, Walter Zanini, curador da 16a. Bienal de São Paulo, o incluiu no módulo "Arte Incomum", com acervos internacionais de Outsider Art e Art Brut, além de coleções oriundas dos hospitais psiquiátricos do Engenho de Dentro e do Juqueri.
Em 1982 o crítico Frederico de Moraes inclui seus trabalhos na exposição realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: À Margem da Vida, na qual são mostradas obras de presidiários, menores infratores, idosos e internos da Colonia Juliano Moreira.


Tombada pelo Iphan, obra de Arthur Bispo do Rosário ganha mostra ...
Artur Bispo do Rosário

Obras de Bispo do Rosário integram programa cultural da Olimpíada ...
Artur Bispo do Rosário

Museu Bispo do Rosário em campanha de financiamento coletivo - seLecT
Artur Bispo do Rosário

O conceito de Terapia é habitualmente relacionado ao campo da Saúde, seja física ou mental. Os portadores de algum mal, de alguma anomalia, de alguma alteração de bem-estar é tido como doente e tornado paciente e pode ser submetido a um determinado campo de tratamento e, esse tratamento, é chamado genericamente de Terapia. Seguindo esse raciocínio, se a Arte é Terapia, qual é o mal ou o campo de aplicação em que ela atua?

No Brasil, tanto o trabalho de Osório Cesar e Nise da Silveira, acabaram por delimitar um conceito de Arte Terapia, no campo dos distúrbios mentais, para isso procuravam resgatar e dar visibilidade à produção dos internos desses ambiente de saúde mental buscando equipará-los e/ou inserí-los no Sistema de Arte como uma espécie de reconhecimento, semelhante ao que buscou Dubuffet na França. Essa tentativa acaba sendo bem-vinda na medida em que obtém o reconhecimento de críticos de Arte como Mário Pedrosa, que chama a estas manifestações de Arte Primitiva, nome que o Naif vai entendido no país e de Frederico de Moraes que reconhece nos trabalhos dessas pessoas marginalizadas, potenciais artísticos.

Pelo que vimos, a partir da tradição internacional e nacional, deduz-se que o campo preferencial da Arte Terapia é o Psicológico já que os males físicos são tratados por meio de outras terapias sejam químicas, cirúrgicas, fisiátricas, biológica ou até genéticas entre outras possibilidades interventivas. Resta então pensar nas relações com o campo da Psiquiatria, Psicologia Clínica e mesmo das Terapias Ocupacionais como conexões estratégicas da Arte Terapia.

Minha inserção sazonal no contexto da Arte Terapia me levou a constatar que a Arte tem potenciais para atuar como "Mediadora Terapêntica" dentro de uma abordagem psicossocial e, nessa mediação, é possível identificar, pelo menos, cinco características da Arte que se mostram como tendências ou abordagens que podem surgir ou serem destacadas em maior ou menor grau no contexto terapeutico, conforme o caso: Expressiva, Criativa, Recreativa, Reparadora e Integradora. Nesse sentido é que entendo essa ponte entre a Arte e a Terapia. Disse inserção sazonal pois participei de alguns cursos de pós-graduação nessa área e proferi palestras discutindo a abordagem da Arte e da Terapia, inclusive com artigo publicado na Anpap: http://anpap.org.br/anais/2008/artigos/104.pdf  , se tiverem interesse em ler mais, fica a dica.

Assim a Arte pode ser um recurso para promover o bem-estar e integralizar o indivíduo já que é capaz de operar em três níveis de desenvolvimento mental: cognitivo, psicomotor e afetivo (mente, corpo e emoção). Nesse sentido a Arte Terapia tem potencial para realizar uma abordagem de caráter holístico, capaz abordar o indivíduo como um todo.


Mas, quem precisa de Arte Terapia?
Numa resposta simples e direta: Todos nós!


Não só aqueles que são acometidos pelos "males da mente", mas todos (nós) submetidos às pressões cotidianas, ao estress da vida contemporânea que, num momento ou noutro, estão em desequilíbrio expostos que somos à tensões sociais constantes. Esse desequilíbrio ou instabilidade emocional tende a nos levar também à instabilidade física e, consequentemente, nos expor a toda sorte de males levando-nos ao adoecimento, não só da mente, mas também do corpo.

Obviamente a busca pela vida saudável seja fisica ou mental, é o que queremos, no entanto não é o que obtemos por vários motivos, sejam eles nossos ou alheios à nossa vontade. Em geral somos vítimas das circunstâncias. Vítima, do latim victus, é quem é dominado ou vencido por algo. Só deixamos de ser vitimados quando tomamos consciência e agimos para mudar ou estabilizar o estado de coisas que nos vitimam e quando isso não é possivel: entram as Terapias...

É possível então defender o campo das Terapias que se apropriam dos fazeres da Arte como estratégias de aproximação e diálogo com os indivíduos em busca do estado de estabilidade/equilíbrio emocional ou psíquica e, em alguns casos, psicomotora.

Vou tentar descrever melhor as tendências ou abordagens que apontei acima. Ressalvo que não atuo no campo da Arteterapia nem sou Arteterapeuta (só aqui usei os termos como são conhecidos nesse campo de estudo, inclusive a regulamentação dessa profissão e desses profissionais se encontra no Câmara dos Deputados, se tiverm interesse em conhecer é só acessar o  documento:  https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1671098  ), sou professor/artista e pesquisador logo, o que escrevo, como disse inicialmente, é uma reflexão em torno desse tema.


Coloquei a questão de "Mediação Terapeutica" como uma estratégia ou recurso de apoio no contexto psicossocial, justamente por entender que essa é uma possibilidade de contribuição da Arte e de seus profissionais para o campo da Saúde.

Pode-se dizer que a potencialidade Expressiva da Arte é uma de suas principais características e, como tal integra tanto a produção dos artistas, propriamente ditos, quanto da maioria das pessoas que, por um motivo ou outro, se dispõem a usar das estratégias artísticas como meio de auto-expressão.
Digo auto-expressão por considerar que este é um dos motivos que leva a Arte para o campo das terapias. O artista, embora possa recorrer à auto-expressão, nem sempre é esse seu foco principal. Alguns momentos ou movimentos artísticos recorreram a esse propósito, mas não é o único nem o principal elemento requerido para ser, se tornar ou operar no campo da Arte atual. Por outro lado, no campo as terapias que usam a arte, este é um dos principais focos e interesses já que, por meio desse recurso, é possível resgatar e estabilizar indivíduos. Nesse caso o uso de técnicas, recursos criativos e elaborativos atuam como processos introspectivos ou simplesmente como terapia ocupacional.

O mesmo pode ser dito da potencialidade Criativa que a Arte possui. A realização de obras de arte ou das simples atividades e manifestações artísticas requerem meios inventivos, soluções não disponíveis que devem ser encontradas nos próprios processos de execução dos trabalhos. Nem tudo o que se faz depende de técnicas consolidadas, receitas ou procedimentos previsíveis é nesse contexto que a questão da criação e da criatividade é evocada para encontrar soluções inusitadas e isso é um estímulo de ordem cognitiva de grande ajuda para construção de sinapses.

A potência Recreativa da Arte está intimamente ligada ao seu componente lúdico. Se para o artista o componente lúdico é um elemento interveniente, natural ou mesmo propositivo, para o campo da terapia é um elemento estimulador e motivador para os indivíduos. Nem sempre aqueles que precisam recorrer à terapias estão em condições de recebê-las de bom grado. Motivação é um elemento essencial e, nesse sentido, a ideia da ludicidade ou do jogo e da diversão, são recursos essenciais para obter a participação das pessoas.

A questão Reparadora diz respeito aos resultados que se espera de alguém que foi submetido a algum tipo de tratamento. Nesse caso, em especial, esta aferição não é tão visível assim, logo há necessidade de acompanhamento mais individualizado e contínuo para perceber as nuances das variação de estados manifestos por aqueles que são submetidos a terapias desse tipo. Muitas vezes esse tipo de tratamento é de longo prazo por não ser curativo, mas mantenedor.

A capacidade Integradora se mostra na medida em que trabalhos realizados em grupo tendem a ser compartilhados tanto nos aspectos positivos quanto negativos. Estabelecer ambientes acolhedores, confortáveis é um recurso muito importante. Espaços adequados a indivíduos ou grupos são essenciais para que se tenha também um bom desempenhos nas atividades programadas. Na medida em que o ambiente ou a companhia não seja agradável, a recusa e o constrangimento surgirá como um inibidor. Cabe lembrar que somos sociais e a busca da sociabilidade é também um elemento curativo, na medida que as experiências e conquistas sejam compartilhadas elas ajudam a elevação da auto-estima.

Enfim, na minha singela opinião, a relação entre a Arte e a Terapia é um recurso importante para promover experiências, motivar pessoas e somar conquistas em benefício do bem-estar do ser humano.

Obviamente o que coloquei na abertura desse texto como "reclusão" não se refere, tampouco se compara à reclusão compulsória a que as pessoas internadas em instituições de saúde ou corretivas são submetidas. Contudo, a submissão do ser humano a condições de isolamento social constante ou contínuo individual ou em pequenas células sociais (como a família, por exemplo) pode acarretar alterações de caráter mental ou social, se quisermos, psicológicos em diferentes graus. Algumas pessoas resistem mais a situações e circunstâncias como essas, outras resistem menos ou simplesmente não resistem e "piram"... (Por favor, fiquem em casa mas não pirem...)

Vamos supor que esse momento de isolamento social seja um momento para um balanço de nossas expectativas, potenciais, possibilidades, limites e alcances. Uma espécie de pit stop para autoreflexão que nos prepare para o que virá. Ouvimos dizer o tempo todo que o mundo como o conhecíamos antes do vírus não será o mesmo. Obviamente que não, muito do que acreditávamos em relação aos nossos governantes, dirigentes, líderes empresariais e comunitários simplesmente ruiu... Temos que buscar novos valores, novas pessoas e novos caminhos, talvez seja essa a lição que temos que aprender nesse momento.

Esse texto tem por fim trazer um pouco de distração a partir da reflexão sobre Arte Visual e servir como uma pequena fuga dos pensamentos negativos. Em todo caso, vá em busca da sanidade perdida: crie rotinas, estratégias de sobrevivência à reclusão lendo livros, vendo vídeos (menos apocalipticos), escrevendo, ouvindo música, conversando (nem que seja em chats, whats ou skipe), fazendo exercícios, alongamentos e, pasmem, fazendo Arte...
Nesses tempos de quarentena descobriram que Arte faz bem, traz bem-estar, tranquilidade e equilíbrio. Você não precisa ser artista pode ensaiar algumas tentativas de aproximação com a criação visual, sonora, literária, cênica, qualquer uma . Você pode não se tornar um artista, mas com certeza estará fazendo uma boa terapia... 

Saúde! Fique em casa, não pire! Artistifique sua reclusão...
Depois da tempestade, sempre vem a bonança, é o que dizem, então calma que a calmaria virá...


Curtam e compartilhem, agradeço

REFLEXÕES - VÁ ao MUSEU! Nem que seja virtual...


Nestes dias de COVID-19 muitas instituições fecharam suas portas para evitar a transmissão do vírus. Instituições culturais também seguiram a regra suspendendo atendimento, espetáculos e a visita aos ambientes. Reuniões coletivas a eventos só depois que a virose estiver controlada, assim as mostras de Artes Visuais ficaram às moscas, sorte delas que não pegam o vírus.

Entretanto, muitas instituições de Arte Visual, no mundo todo, já possibilitam o acesso virtual ao seu acervo e também a cursos, eventos e proposições realizadas ou disponíveis na rede mundial de computadores.

Obviamente uma visita virtual não é uma visita real, do mesmo modo que assistir a um concerto musical presencialmente não é a mesma coisa que ouvir o mesmo concerto via digital, seja através de um DVD ou dos Streamings disponíveis para acessar repertórios musicais de vários gêneros. Mas, como diz a sabedoria caipira: Quem não tem cão caça com gato... ou, na pior das hipóteses, nem caça.

Os mais puristas podem dizer que não vale a pena acessar um acervo digital pois eles não correspondem às obras, são um arremedo ou um simulacro parcial do que elas são de fato. Concordo plenamente com isso, alerto sempre os estudantes para levarem em conta esse aspecto: uma reprodução não é uma Obra de Arte, mas um meio de acessar as informações básicas a seu respeito e um modo dinâmico de obter acesso a ela.

São poucas as pessoas que podem visitar museus pelo mundo todo e conhecer o maior número de Obras de Arte, os simples mortais como nós dependem da existência de museus em sua comunidade, o que não é comum no país. Além disso, quando existem, são poucos e para visitá-los é necessário se deslocar de um lugar para outro, seja dentro de suas próprias cidades ou para outras cidades nas quais existam museus e galerias que disponibilizem Obras de Arte para visitação pública.

Basta lembrar ainda que a maioria das obras que "conhecemos" não foi por tê-las visto ao vivo, mas sim por meio de ilustrações em livros de Arte, catálogos e reproduções de toda ordem inclusive, hoje em dia, através da internet. Logo, não vale a pena contestar a qualidade das obras disponíveis em rede, mas se valer dela para ter um mínimo de informação sobre elas.

É esse aspecto que aposto e reforço nesse momento: criar hábitos de visitas virtuais. Do mesmo modo que acessamos as redes sociais para interagir com o FACE, Blogs e Youtube para consumir amenidades, distraír-se ou relacionar-se com os outros, podemos também buscar informações para melhorar nossos conhecimento sobre Arte e Cultura de modo geral.

As visitas virtuais são uma estratégia para qualquer tempo, com ou sem vírus. Criando o hábito de buscar informações sobre as Obras de Arte, quando tivermos a oportunidade de vê-las ao vivo, aproveitaremos muito mais o momento complementando nossas informações sobre elas com menor tempo de apreciação, se considerarmos que muitos museus, dada a quantidade de visitantes, limitam o tempo de presença diante das Obras de Arte.

Enfim, para encontrar os Museus ou Galerias, basta digitar o nome no seu buscador preferencial e logo aparecerá uma grande quantidade de informações à respeito. Entretanto, nem toda informação é útil para uma visita virtual, procure selecionar a que indica o acesso ao acervo.
Coloquei os acessos eletrônicos disponíveis em seguida das instituições listadas, com a cor é azul claro, o contraste com o fundo da página é mais fácil basta clicar para ir ao local.
O MASP, (https://masp.org.br/) por exemplo, Museu de Arte de São Paulo, embora tenha um dos melhores acervos não dá acesso a ele em ambiente virtual, as informações são para visitas ou calendário de mostras. Mas muitos outros possibilitam esse acesso.

A Pinacoteca de São Paulo também tem acesso digital (http://pinacoteca.org.br/), tem um grande acervo de Arte brasileira.

O MAC/SP Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, localizado na USP em São Paulo, (http://www.mac.usp.br/mac/) possui um acervo importante de artistas brasileiros e estrangeiros modernos.

O MAC/RJ, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, (https://www.macrio.org/) possui acervo de Arte Moderna de artistas brasileiros e internacionais.

O MAC/Niterói, Museu de Arte Moderna de Niterói, RJ (http://culturaniteroi.com.br/macniteroi/) possui acervo de arte moderna nacional e internacional.

Um dos museus mais tradicionais do Brasil é o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro (https://mnba.gov.br/portal/). Mantém um acervo da produção de vários artistas egressos da Escola Imperial e depois Nacional de Belas Artes.

Um dos museus a céu aberto mais importantes do Brasil é o Instituto Inhotim em Brumadinho, Minas Gerais (https://artsandculture.google.com/partner/inhotim?hl=pt-br) com obras escultórias e instalações de muitos artistas brasileiros.

Muitos museus do Brasil não possuem plataformas que possibilitem visitas on line, nesse caso, para cumprir a missão de hoje, vou listar alguns acessos virtuais a Museus e Galerias de Arte estrangeiros que estimulam a visita aos seus sites como um meio de difusão. Mesmo com as dificuldades de compreensão de língua estrangeira, ainda vale a pena. (o Google translate é um tradutor para textos incorporado que possibilita a compreensão de boa parte deles).

Usando a plataforma do GOOGLE, que é uma das mais amigáveis, pode-se acessar o Google Arts & Culture, (https://artsandculture.google.com/) um projeto cultural mundial, onde há conteúdos disponível sobre boa parte de museus do mundo, inclusive do Brasil. É acessar e navegar de acordo com seu interesse.

Indo para o campo das grandes instituições de Arte, vamos encontrar algumas que causam inveja a qualquer um que tenha um mínimo de interesse na área.

A Itália, uma espécie de mater suprema da tradição artística ocidental, não fica atrás no quesito Museu e Galerias onde se encontram grandes coleções e obras dos mestres da antiguidade, do Renascimento e atualidade. 
Galleria Degli Uffizi, Florença (https://fotoinventari.uffizi.it/it/)
Galeria da Accademia de Artes de Florença (https://www.galleriaaccademiafirenze.beniculturali.it/), maior acervo de esculturas de Michelangelo.
Galeria Borghese, Roma (https://galleriaborghese.beniculturali.it/#) esculturas e pinturas de Gian Lorenzo Bernini, Caravaggio, Leonardo da Vinci, Raffaello, Rubens, Ticiano.
Museu Vaticano, Roma (http://www.museivaticani.va/content/museivaticani/en.html)
Pinacoteca di Brera, Milão (https://pinacotecabrera.org/en/collezioni/the-collection-online/) uma das mais importantes coleções de arte italiana
Museu Leonardiano em Vinci (http://www.museoleonardiano.it/eng) tudo sobre Leonardo da Vinci.
Galeria Nacional de Arte Moderna, Roma (https://lagallerianazionale.com/) obras do século XIX a XXI, nacionais e internacionais.
Museu Egipcio, Turin, (https://www.museoegizio.it/) maior museu dedicado ao Egito fora do Cairo.

A França, como filha da tradição italiana também começou cedo sua estrutura museológica.
Os Grandes museus franceses, (só Paris tem 130 museus para tudo) também disponibilizam acesso remoto consistentes aos seus acervos e atividades. Normalmente as exposiçoes do Museu Ncional de Arte Moderna, no Centro Georges Pompidou, (https://www.centrepompidou.fr/), por exemplo, são disponibilizadas e apresentadas pelos seus curadores em vídeos. É interessante, mesmo para quem tem oportunidade de acesso pessoal às exposições, fazer um aquecimento prévio para ter uma visão mais completa das mostras.

Uma lista para facilitar sua busca:
Musée du Louvre (https://www.louvre.fr/ ) Um dos mais famosos do mundo possui mas de 35 mil peças de sua coleção desde antiguidades egípcias, greco-romanas e estruscas, esculturas da Idade Média, Renascimento e modernas, todas as escolas de pintura europeias do século XVIII a 1848, além de uma galeria de objetos decorativos e artísticos, e artes gráficas. Mona Lisa, Vênus de Milo e Vitória de Samotrácia, são atrações permanentes.
Musée D´Orsay (https://www.musee-orsay.fr/fr/accueil.html) reúne a diversidade dos artistas ocidentais de 1848 a 1914.
Musée du Grand Palais (https://www.grandpalais.fr/frSem acervo permanente, o Grand Palais organiza mostras temporárias de Arte e também feiras de Arte, eventos, desfiles de moda e concertos, da música clássica à eletrônica.
Musée du Petit Palais (http://www.petitpalais.paris.fr/) mantém coleção permanente da Antiguidade grega até 1918.
Musée Rodin (http://www.musee-rodin.fr/Rodin que doou ao Estado francês o seu acervo: mais de 300 obras incorporadas ao acervo. Uma curiosidade, em Salvador, na Bahia, há também um Museu Rodin.
Musée Picasso (http://www.museepicassoparis.fr/) possui pinturas, esculturas, gravuras, desenhos de todos os períodos do artista; esboços, croquis, cadernos de desenhos, filmes e fotografias mostram seu processo de criação.
Palais de Tokyo (https://www.palaisdetokyo.com/) realiza exposições de Arte Contemporânea, é um dos ambientes mais influentes nesse contexto.
Musée de l´Orangerie (https://www.musee-orangerie.fr/) acervo dos artistas impressionistas e pós-impressionistas.


Falando em ambientes mais consistentes em termos de informação e educação, não se pode esquecer alguns dos museus ingleses e americanos.

A TATE inglesa, (https://www.tate.org.uk/) por exemplo, disponibiliza acesso às mostras por meio de vídeos e fotos complementadas por textos, informações e verdadeiras aulas de apreciação. Tem uma capacidade pedagógica muito grande em relação ao seu acervo. Possui quatro museus: a TATE Britain, com acervo de artistas ingleses; a TATE Modern, com acervo de arte moderna e atual; TATE Liverpool e a TATE St Ives. O acervo da instituição é relacionado por ordem alfabética e acesssível on line.

O MoMA, em New York, (https://www.moma.org/) também tem programs interessantes de acesso virtual, com vídeos e fotos. Acesso ao acervo por ordem alfabética também. Aulas, orientações e proposições para home work para os interessados. A conduta pedagógica também é excelente.

A Fundação GUGGENHEIN (https://www.guggenheim.org/) mantém vários museus no mundo todo a partir de NY, Veneza, Bilbao e Abu Dabhi. Também tem ambiente virtual acessível com várias proposições para educadores, apreciadores e interessados em geral.

Art Institute of Chicago (https://www.artic.edu/) uma das melhores coleções de Arte nos EEUU.

The Getty Center, Los Angeles (http://www.getty.edu/) Obras de Arte mundiais e de todos os tempos.

Pode-se ainda lembrar de outros museus e galerias no mundo que nos auxiliam no conhecimento da produção artística da humanidade, mesmo assim, ainda estamos muito longe de cobrir todos eles.

Hermitage, S. Petesburgo, Rússia (https://www.hermitagemuseum.org/) um dos grandes museus do mundo.

Museo del Prado, Madri (https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-works)

Museu Reina Sofia, Madri, Espanha (https://www.museoreinasofia.es/en) Obras de Artistas espanhóis e internacionais.

Museu Pablo Picasso, Barcelona (http://www.museupicasso.bcn.cat/) Museu dedicado às obras de Picasso.

Teatro Museu Dali, Figueres, Catalunia (https://www.salvador-dali.org/en/museums/dali-theatre-museum-in-figueres/visita-virtual/) obras de Salvador Dali

Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda (https://www.rijksmuseum.nl/) com obras dos mestres holandeses e mundiais.

Museu Van Gogh, Amsterdam, Holanda (https://www.vangoghmuseum.nl/) dedicado à obra de de Van Gogh.

National Museum of Modern and Contemporary Art, Gwacheon, Coréia do Sul (http://www.mmca.go.kr/eng/) Arte oriental e ocidental.

Ohara Museum of Art, Kurashiki, Japão (https://www.ohara.or.jp/en/) artistas japoneses e internacionais.

La Casa Azul, Museu Frida Kahlo, Cidade do México, México (https://www.museofridakahlo.org.mx/es/el-museo/) dedicado à obra de Frida Kahlo.


Bem, aí vão mais de 30 lugares possíveis para visitas virtuais, se tiverem mais sugestões, mandem que atualizo a lista.
Espero ter contribuído para este momento de reclusão compulsória e lhes proporcionado mais informação sobre Arte Visual. 
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