Poética Interativa - Fotografia: Tratar ou não? Eis a questão...

Paisagem da Beira-Mar, Florianópolis, SC, Isaac.
Neste texto, penso a Fotografia como uma das poéticas expressivas disponíveis para as manifestações artísticas, logo, o que chamo de "Tratar" aqui se refere à recursos aos quais se recorre para torná-las mais eficientes em termos plástico/visuais.
No contexto da Arte Visual, não há qualquer obrigação, por parte do criador, de preservar a imagem exatamente do modo como foi obtida, ao contrário do contexto da fotografia documental que só pode ser admitida se corresponder aos fatos que a geraram.
A fotografia documental, seja jornalística, antropológica ou etnográfica não admite alterações que mudem o seu sentido e significado, pois não é concebível alterar ou adulterar as informações que ela obteve na origem. O compromisso ético de garantir, manter e preservar os dados originais em relação à tomada da imagem é uma das responsabilidades sociais que o fotógrafo documentarista ou fotojornalista assume diante de sua profissão e da história, portanto, deve se esforçar para obter a melhor imagem no instante do ato fotográfico e não transformá-la depois. Um bom exemplo é Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro dedicado ao documentário.

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Sebastião Salgado, campo de Koren, Etiópia, 1984
Tratar uma foto significa interferir em algum estágio de sua configuração: desde a tomada, o processamento ou na edição para melhorar suas qualidades e/ou características com a finalidade de adequá-la ao cumprimento de suas finalidades ou funções seja no contexto criativo, estético/expressivo ou comercial.

Assim considerado o tratamento se incia já no manuseio do aparelho fotográfico, ou seja, da câmera. O simples ajuste de seus componentes óticos e mecânicos, no intuito de adequar as condições luminosas ambientais ao suporte sensível para obter um registro do que se encontra diante já é um tipo de tratamento, já que a imagem não corresponde exatamente ao que se vê no mundo. esse processo costuma acabar na Edição final quando se dá por encerrado o processo de tratamento da imagem, considerando que ela tenha atingido a qualidade de acordo com o nível de exigência de quem a produz.

No senso comum, algumas pessoas creem que a imagem fotográfica nasce pronta, ou seja, basta clicar o botão de uma câmera fotográfica ou de seu celular que a imagem surge como que por encanto... Isto nunca foi verdade, mesmo considerando a automação das câmeras, desde as analógicas até as digitais, nada se faz como um passe de mágica, são os ajustes dos componentes técnicos da câmera que viabilizam o surgimento da imagem e definem o modo como ela aparenta. Atualmente as câmeras digitais possuem programas acoplados que fazem boa parte do serviço de edição ou seja, de tratamento. Tais programas determinam o nível de automação atribuído à câmera dando ao usuário a ilusão de auto-suficiência. 

Olhando para a história da fotografia constatamos que o tratamento das imagens fotográficas sempre ocorreu, independente da épocas em que foram criadas. A principal questão é distinguir a que tipo de manipulação ou tratamento as fotografias são submetidas e com que finalidades. Como apontamos inicialmente: é necessário entender se tais intervenções e manipulações comprometem ou não as funções sociais para as quais elas são produzidas.

Tratar uma imagem não é necessariamente transformá-la a ponto de alterá-la totalmente, o que é plenamente possível levando em conta a tecnologia digital que temos à disposição na atualidade. A meu ver, o que sempre motivou o tratamento de uma imagem não foi a possibilidade de transformá-la em outra coisa e sim a possibilidade de melhora-la, ajusta-la, adequá-la ao seu uso ou finalidade fosse documental, conceitual ou expressiva. No campo da moda o tratamento "cosmético" de uma imagem é necessário para torná-la mais adequada a leitura que se espera dela.

Tonalidade da pele e dobras
Esse tratamento "cosmético" faz com que a imagem seja mais adequada à publicação, à publicidade. (https://designcomcafe.com.br/photoshop-tratamento-de-fotografia-moda/)
Considero que o surgimento da Fotografia foi um desdobramento da necessidade de reprodução de imagens e não como a reprodução ou registro do visível. Se tomarmos como exemplo as primeiras imagens produzidas por Josephe Nicephore-Niepce em 1826, vemos que sua preocupação era justamente reproduzi-las meios químicos, como se vê abaixo:

Nicéphore Niépce, cardeal de Amboise, agosto-outubro de 1826, gravura original envernizada para a realização de uma heliografia de contato © musée Nicéphore Niépce
Nicéphore Niépce, cardeal de Amboise, agosto de 1826 - janeiro de 1827, fotografia em lata gravada com ácido, entre em contato com a heliografia © musée Nicéphore Niépce
Nicéphore Niépce, cardeal de Amboise, agosto-outubro de 1826, gravura original pintada para a realização de uma heliografia de contato © musée Nicéphore Niépce

A imagem da esquerda é uma gravura do Cardeal francês Georges D´Amboise, que Niepce reproduziu por meio do contato da imagem existente com um suporte sensível com incidência da luz solar, dai chamar de heliografia ao seu invento. À direita sua reprodução. O que se percebe é que, desde aquele momento, há necessidade de tratar a imagem para torná-la mais legível. Pois a reprodução obtida não era suficiente para torná-la funcional:
Imagem obtida da gravura

Imagem reproduzida.

Na continuidade de seus experimentos para a reprodução de imagens, em 1827, expõe uma chapa metálica, preparada para gravuras, dentro de uma pequena câmara escura apontando da janela para seu jardim. Tem sucesso na medida em que consegue obter uma imagem diretamente do meio natural por meio da luz sobre um suporte sensível, embora não tenha a "qualidade fotográfica" que, mais tarde, foi alcançada pelos sucessivos melhoramentos proporcionados por muitos inventores, não há dúvida de que inova o processo de obtenção de imagens.

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À esquerda a imagem obtida sobre o metal, à direita uma reprodução "tratada" dela.

Assim a fotografia surge e, aos poucos, consolida um projeto técnico que implica em usar aparelhos óticos para tomar imagens por meio da luz e, principalmente, ser capaz de transformá-las, ou seja: tratá-las em benefício de diversas funções sociais e, entre elas, a função estética.

Quando a fotografia é produzida no campo da Arte, da expressão ou da publicidade, não há uma responsabilidade social com respeito à preservação do evento que gerou o ato fotográfico em si, mas o que interessa é o destino que se dá a fotografia. No campo da Arte o compromisso é com o sistema de arte, a estética e a expressão. No campo da fotografia publicitária o compromisso é com a produção de imagens que correspondam ao objetivo comercial assumido pelo compromisso estabelecido entre o contratante e o prestador de serviço, normalmente destinado a realização de peças para a informação e difusão de bens, produtos e serviços mediante a produção, edição e veiculação.

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Acima a foto de David la Chapelle, "Burning down the house" com Alexander Mcqueen e Isabela Blow de 1996, mostra a liberdade e imaginação do fotógrafo e, obvio, a produção editorial, a locação, figurinos e o tratamento digital, entre outros...

As fotografias vinculadas à arte ou à área comercial como na publicidade e propaganda, são normalmente tratadas e, em alguns casos, manipuladas e transformadas para obterem o máximo de efeito possível em relação aos seus leitores e apreciadores. É admissível até mesmo que sejam modificadas incluindo e excluindo partes, reforçar, destacar, reduzir ou obliterar dados para que possam cumprir melhor sua função simbólica, comunicativa e comercial. Nem sempre uma boa imagem nasce pronta, precisa de refinamento pois sua qualidade depende das habilidades e da capacidade técnica e estética do criador, caso contrário, o efeito parecerá falso e isso é péssimo em qualquer circunstância.

Como se vê há duas situações diferentes que, embora opostas, convivem num mesmo contexto social: de um lado, as imagens cujos registros devem ser fidedignos e preservados como foram obtidos e, de outro, aquelas que podem sofrer transformações para atingir sua finalidade. Nos dois casos as visões são muito específicas e é essencial que tanto o profissional do registro documental, quanto o da criação, tenham consciência de suas responsabilidades e estejam preparados para realizar suas imagens dentro do segmento social no qual se enquadram com competência profissional, seja ele documental ou criativo.

Hoje em dia, tanto as câmeras quanto os computadores possuem recursos para tratamento de imagem. A simples escolha de uma extensão ou sistema de arquivo para armazenar as imagens na câmera fotográfica já define, de antemão, o nível de intervenção na imagem. Com exceção do sistema RAW (cru) de arquivo, onde é possível manter os dados íntegros como na tomada, os demais sistemas como JPEG, GIF,PNG, TIFF entre outros, empregam meios de armazenamento e compactação que não permitem voltar atrás e obter os dados originais como pareciam no mundo natural no momento da tomada.

O tratamento das imagens também ocorre no computador por meio de programas aplicativos que permitem edição/editoração de imagens. Há vários deles disponíveis atualmente.No contexto comercial o mais famoso é o Adobe Photoshop, um programa de editoração e tratamento de imagens de alta performance para profissionais de imagem. Semelhante a ele, mas de livre acesso, é o GIMP disponível para o público sem nenhum custo.

Outro aplicativo na moda entre os usuários de sistemas de telefonia móvel é o Instagram, um programa de tratamento instantâneo de imagens oferecido gratuitamente para os proprietários de alguns celulares ou usuários de algumas plataformas, sistemas operacionais ou rede sociais. Este sistema possibilita que as imagens tomadas pela câmera de um aparelho celular possam ser "maquiadas" imediatamente (tratadas por meio de filtros) e remetidas aos demais usuários de redes. Na realidade não são programas de edição, apenas modelam a imagem segundo escolhas num conjunto de “tratamentos” pré-definidos no sistema criando a ilusão de eficiência quando, na verdade, o que se faz é a aplicação de uma manipulação previamente elaborada pelo criador do programa.

Como se vê, praticamente, não há fotografia sem tratamento a questão é: quando tratar, quanto tratar, o que tratar e como tratar, pois não temos a opção de não interferir ou não tratá-las pois, as coisas nem sempre são o que parecem ser...

Abaixo uma versão "tratada", da foto que abre este artigo. Imprimi em papel de algodão e interferi com pincel e água transformando-a em aquarela. Como digo: Em arte nada se perde, tudo se cria, tudo se transforma...


Agradeço a leitura e compartilhamento.

POÉTICAS – Série: Fósseis

Falar de Arte, para mim, é um prazer. Não considero que, por ser um profissional da área como professor ou produtor, seja um trabalho exaustivo ou aborrecido, ao contrário, é uma fonte de estímulo, ânimo e renovação. O simples fato de dedicar um bom tempo para elaborar os textos reflexivos que publico com frequência neste Blog, além de minhas atividades docentes habituais, mesmo sabendo que muitos nem serão lidos, já é uma prova disso. 

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Dito isso, volta e meia, meia volta, recorro a temas que, num momento ou noutro, estiveram presentes no contexto de minhas reflexões ou produções no intuito de relê-los. Assim os revejo, repenso e reescrevo, pois nada é definitivo, tampouco as teorias, compreensões, opiniões ou pontos de vista que se tem num dado momento, em outro, podem mudar.

Nesse texto recorro a uma série que realizei há alguns anos batizada de Fósseis. Não aqueles que ficaram soterrados e nos trazem informações sobre os milhões de anos da existência da vida na terra, mas uma das abordagens Poéticas que realizei tomando a ideia de Fóssil como tema. Fossillis, do latim, significa "desenterrado", "extraído da terra". Restos de seres vivos são chamados de somatofósseis e seus vestígios de iconofósseis. De modo geral pode-se considerar que os vestígios que sobreviveram aos milhões de anos, definindo as diferentes eras geológicas, são registros de nossa existência na terra...


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Dapedium a mollusc-eating ray-finned fish that lived in Dorset during the early Jurassic.

Sempre me atraiu a existência dos fósseis, a possibilidade de olhar para algo que existiu há milhões de anos e, ainda hoje, é possível inferir algo à respeito de como foram. São como cortes no tempo por meio dos quais pode-se acessar o passado. 

Foi justamente a possibilidade de fazer uma espécie de corte transversal no tempo que me levou  a escolher esse tema, a tentativa de criar um diálogo entre a tríade temporal referente aos três estágios conceituais de tempo que são o passado, o presente e o futuro, simulando a transcendência de uma época para outra. 
É isso, em última instância, que me diz a presença dos Fósseis, uma referência ao passado que evoca novamente uma tríade, a transitoriedade do ciclo da vida: nascimento, desenvolvimento e morte.

Se no passado remotíssimo as condicionantes climáticas, talvez catastróficas, possibilitaram que, hoje em dia, fosse possível uma volta ao passado, justamente por conta de existirem repositórios geológicos que preservaram vestígios e pistas tanto das condições climáticas, geomórficas, vitais daquele tempo, quem sabe o que se poderia fazer ao dialogar com essas condições no contexto da Arte?

Problematizando essa situação recorri a outra tríade, a do ciclo da vida: nascimento, desenvolvimento e morte que tanto afeta o ser humano, suas crenças, medos, esperança e valores. Se natureza e sobrevivência são pontos importantes das especulações humanas porque não brincar com isso?

Até que ponto o ser humano vê tais condicionantes inexoráveis e tenta burla-las ou se livrar delas? Até onde ele iria para permanecer vivo? 
E se isso não for possível, quais estratégias estão disponíveis para desviar-se dessa sina?

Há um provérbio, atribuído ao pensador chinês Confúcio, nascido em 500 a.C., que diz que o ser humano digno deve, em sua vida: ter filhos, plantar arvores e escrever livros, ou seja, prescreve as maneiras mais práticas de preservar seus genes, a natureza e sua memória. Isso serve para as condições sociais ou individuais. Mais outra tríade...
Do lado natural, a memória das coisas e do meio são marcadas pelos vestígios que permanecem ou sobrevivem às variações climáticas ambientais ou ao próprio ser humano. Assim os vestígios, indícios, resíduos e marcas são os registros que possibilitam acessar informações sobre o passado, ambiental ou social. A Arqueologia surgiu para isso.
Os indicadores de presenças orgânicas se tornaram recursos para entender o passado da terra, da cultura e das pessoas que aqui viveram em épocas ou períodos passados.
Grupos humanos, etnias ou civilizações, só puderam ser conhecidas mediante os resíduos que permaneceram além de sua existência. Sem eles, não teríamos nem mesmo o tempo, o passado, as memórias que nos definem como "humanidade" no tempo e no espaço.

A presença material e histórica da humanidade, seus valores internos ou externos, resultam de vestígios e marcas remotas passíveis de serem atualizadas e, assim, reconstruírem a compreensão de quem foram eles, quem somos e quem, talvez, seremos.


Foram estas reflexões que me levaram à proposição da série Fósseis. Me propus a trabalhar na relação inversa do surgimento dos fósseis e levantando a seguinte questão:

A criação de uma suposta Arqueologia Poética, possibilitaria aos espectadores uma reflexão sobre o ser e estar agora? 
Ao potencializar nossa própria sobrevivência por meio de artefatos autorais, teríamos a certeza de que transcenderíamos o tempo de nossas vidas? 
Transcender o tempo é um dos motivadores de muitas ações humanas desde as múmias até a criogenia...

Nesta linha de raciocínio são construídos os monumentos, os marcos históricos, pedras fundamentais de edificações e capsulas do tempo que, de vez em quando, são criadas para, supostamente, levar adiante o legado de uma geração.

Esta série foi idealizada para dialogar com a presença dos aspectos atávicos humanos e de sua memória: aquilo que, embora seja presente, fatalmente será passado mas aponta para o futuro...

Assim, os fósseis não são encontrados ou descobertos arqueologicamente, mas premeditadamente construídos recorrendo a dados, coisas e formas presentes tomados de modo aleatório e transformados em objetos.



  
Supostamente, tais objetos poderiam ser, quem sabe, encontrados por alguém no futuro, contudo, o fato de que são vistos agora, pode ser que já chegamos ao futuro ou, mais intrigante ainda é que descobrimos um meio de trazer do futuro algo para o presente, uma viagem transcendental entre espaço e tempo. 

Nesse sentido evocam algo que passou, mas se projetam para depois e propõem um diálogo do que foi para o que virá. Assim os rastros, registros e presenças são tão insólitos, inadequados e... Surreais, cuja presença, se não for possível no campo da Arte, não será também no campo da física...

A série é constituída de peças modeladas nos quais são impressos, pressionados, objetos que supostamente se tornarão pistas, no futuro, para o re-conhecimento do passado. Passado forjado, simulado mediante a manipulação de caráter estético/conceitual num diálogo que parte das manifestações em si, das interações e interpretações conceituais delas decorrentes.




Assim o caráter poético contempla a experimentação das propriedades matéricas/físicas e plásticas da modelagem, compressão, impressão de superfícies e texturas, transformadas pela queima em terracota. A série não tem limite ou fim, pode ser realizada em outros tempos, recorrer a outros tipos de materiais e massas, como plastilina e resinas desde que que possibilitem a retenção, reprodução de marcas, formas, formatos, vestígios e texturas de coisas que, por impressão, se tornem, não cópias, mas rastros, registros de existência, e sugiram, por meio da Arte uma arqueologia do futuro...


Divirtam-se, curtam e compartilhem, agradeço.

REFLEXÕES - Fotografia X Smartphone dá pra comparar?

Uma das questões que têm chamado a atenção dos fotógrafos de plantão é o fato de que, atualmente, a maioria dos gadgets tecnológicos vêm com "Câmeras Fotográficas" o que leva, fatalmente, mais pessoas a produzirem "fotografias" mesmo sem ter ideia do que é, de fato, Fotografia. Nada contra e tudo a favor, contudo, vale a pena refletir a respeito.

Ao longo de minha carreira acadêmica, boa parte dela, foi dedicada ao ensino da Fotografia. Comecei esse percurso com a Fotografia Analógica e, por sorte, cheguei à Fotografia Digital. Digo sorte por ter vivenciado essa transformação de meios, modos e processos passo a passo. Minha condição de professor, também possibilitou que delimitasse um campo de investigação que chamo de Pensamento Fotográfico. Em síntese, esse campo corresponde às reflexões desenvolvidas para entender e processar as relações entre os aspectos técnicos e os aspectos conceituais da fotografia como modo de entende-la enquanto processo e significação.

Como dizia Lavoisier: Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma! Obviamente não coloquei a parte em que ele dizia: na Natureza, mas acredito que essa constatação serve muito bem para a ciência, a cultura e, principalmente, para a Arte.

Voltando ao assunto: um Smartphone tem mesmo uma câmera fotográfica?
A resposta mais honesta, direta e simples é: NÃO!

Já que fotografia é Imagem, como bom professor devo explicar o que isso significa. Primeiro é necessário “rebobinar o filme”, retroceder ao momento em que o ser humano criou a Imagem.

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Animais na caverna de Altamira, Espanha, as primeiras imagens encontradas produzidas na pré-história.
As primeiras imagens surgiram na pré-história e mostram figuras de animais, seres humanos esquematizados e formas nem sempre reconhecíveis. São construções visuais realizadas por meio de diversos materiais, sejam em pinturas e desenhos realizados nas superfícies das cavernas ou gravadas e esculpidas em pedaços de madeira, ossos ou ainda modeladas em argila. Uma questão que sempre incomodou os estudiosos foi: por que ou para que tais imagens eram realizadas? Várias hipóteses foram aventadas para responder a isso, contudo, continuamos sem respostas. De modo geral acredita-se em algumas linhas: uma que justifica tais criações como parte de rituais em que as imagens eram realizadas para propiciar a caça, dai a teoria da Magia Propiciatória; outra seria simplesmente o interesse funcional que movia o ser humano a reproduzir tais animais para cultuá-las e outra opção seria simplesmente, por que admiravam estes animais e, ao recriá-los, buscavam uma função essencialmente estética, logo, artística. Quaisquer linhas adotada para explicá-las é plausível. No entanto, olho para sua essência significativa e não para suas possíveis finalidades. Adoto uma postura pragmática, quase um mantra, cujo resumo é: Imagem é uma configuração visual geradora de sentido.

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Imagens pré-históricas, encontradas no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, Brasil. 
Imagem, do latim imagine, se refere àquilo que se assemelha a com alguma coisa conhecida ou algo idealizado.
A ideia de semelhança, contida na imagem, remete a possibilidade de aproximação com algo pré existente, nesse sentido, ela substitui algo que pode não estar ali. Sendo assim é capaz de imitar, simular outra coisa, dai surge o conceito de representação, aquilo que está, se projeta, se refere, se coloca em lugar ou em nome de outrem.

A apreensão visual dos aspectos luminosos e espaciais do meio depende da visão, do olho humano. Tal apreensão é realizada pelos olhos e enviadas ao cérebro onde são transformadas em informações imagéticas. Assim, perceber se refere ao nosso modo de apreender o mundo natural, recortando-o segundo um viés sensório, cultural, ideológico e cognitivo. O conceito de percepção vem do latim Percipere, cujo sentido é: apropriar-se de.

Resumindo, pode-se dizer que os dados luminosos e espaciais obtidos do mundo natural são reoperados, ressignificados por meio das imagens, independente dos meios utilizados para realizá-las. Então, imagens podem ser produzidas de várias maneiras: modeladas, esculpidas, pintadas, grafadas por incisão ou desenhadas e também fotografadas.

Entendendo a imagem como configuração visível, pode-se dizer que representar é dar existência plástica ao que é apreendido nas relações entre o ser humano e o mundo sensível ou cultural por meio das manifestações que podem ser percebidas, apreendidas e realizadas visualmente por ele. Em última instância, imagem é aquilo que nos coloca em relação com algo, afeta nossos sentidos e promove a cognição, ou seja, gera, produz sentido, significação.

Toda imagem significa! Quer seja suas próprias condições, qualidades sensíveis e plásticas ou os assuntos e temáticas que aborda ou registra. Seu sentido mínimo é sua própria existência material. Podem ter um ou vários sentidos, cumprir uma ou diversas funções na sociedade, enfim, significam aquilo que a humanidade, a cultura lhe atribui ou quer que signifique.
Assim, as imagens são realizadas de acordo com o contexto no qual surgem e em função do que se espera ou se propõe que signifiquem. Cada cultura, tempo ou lugar tem a imagem que a identifique quanto à forma, estilo ou função.

Por milênios as imagens foram realizadas pela mão humana e dependentes de habilidades cognitivas e motoras das pessoas que as criavam. Num dado momento, deixam de ser realizadas exclusivamente pela mão humana e passam a ser feitas também por meio de aparelhos óticos.

A fotografia surge no século XIX, decorrente da busca por meios mais práticos para reprodução de imagens. Considero que a Fotografia surge como consequência da busca por meios de reprodução gráfica e não, necessariamente, como o fim em si mesma. Independente do modo com surge o importante é que passa a ser um dos meios de apreender e registrar o visível. Coincidentemente, no momento em que ela surgiu, a Arte Visual passava por uma série de transformações que abdicavam da tradição clássica acadêmica e adotavam novas estratégias criativas e discursivas, especialmente, por meio da experimentação estética. Portanto, a fotografia nasce em meio a essas transformações.

Por uma feliz coincidência, essa busca pela reprodução de imagens faz com que alguém consiga reproduzir uma imagem do natural sem intervenção da mão humana, ou seja, por meio da luz, assim surge a Fotografia, ou seja, do grego: Foto=luz + Grafia=desenho. Com isso, tudo o que era produzido por meio da pintura, do desenho, passa a contar com mais um meio, um aparelho ótico capaz de captar e registrar num suporte sensível e, além disso, passível de reprodução em série.
Bem, chegamos à fotografia, pode-se dizer então que ela é uma imagem plana, bidimensional e fixa, obtida por meio de um aparelho ótico-sensível passível de manipulação.

Se ela é o resultado da manipulação de um aparelho, o que faz com que esse aparelho seja capaz de produzir/reproduzir imagens?

O princípio da fotografia se baseia num fenômeno ótico que pode ser chamado de Estenopéico. Do grego, estenopo, significa orifício, furo. Uma informação luminosa, ao passar por um orifício, projeta essa informação na área oposta à fonte que a gerou. A constatação desse fenômeno proporcionou o surgimento da Camera Obscura, um ambiente fechado, em que se fazia um orifício numa de suas faces para que projetasse, na face oposta, a reprodução dessa informação.

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Primeira ilustração, de 1544, mostrando o fenômeno luminoso estenopeico na constituição de uma Camara Obscura.
O seu uso se destinava a facilitar o desenho. Essas câmaras eram grandes o suficiente para que uma pessoa entrasse dentro delas e reproduzisse a imagem projetada por meio de desenhos.
Representações dos séculos XVII, XVIII de aplicação do efeito estenopéico em Câmaras Escuras
Sugestão da projeção de uma imagem por meio de um estenopo.

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Ilustração sobre o princípio estenopeico, destinado à reprodução de imagens tomadas do mundo natural.

A Câmara Escura é o primeiro invento que recorre à obtenção de imagens por meio de uma projeção luminosa, contudo, ainda não é capaz de fazer com que a imagem, projetada na superfície oposta ao orifício, seja capaz de auto-registrar-se.

A primeira imagem obtida por meio exclusivamente fotográfico, ou seja, realizada sem o apoio da mão humana, foi considerada a que Joseph Nicephore Niépce, realizou em 1826-27, vista da janela de sua casa em Chalon-sur-Saône, frança.

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Esta é considerada a primeira imagem obtida por meio da luz realizada por Joseph Nicephore-Niepce em torno de 1826-27. 
Como é possível perceber, a imagem obtida pelo processo original, é muito precária, praticamente, um borrão.
Assim, surgem as comparações e a conclusão óbvia de que a fotografia não teria futuro, pois suas imagens eram piores do que as do pior dos artistas.
Contudo o desenvolvimento da ótica e dos processos químicos e depois digitais, tornou possível captar e registrar imagens exclusivamente por meio da luz. As fotografias se tornaram um dos meios mais eficientes de reprodução do visível desenvolvendo até a crença de que esse registro era sinônimo de verdade já que era tomado diretamente do mundo natural, sem intervenção da mão humana. Por isso, esse registro, passou a ser usado como um meio de documentação capaz de produzir o efeito de veridicção, pois se acreditava que: Uma imagem fotográfica não mente!

Ledo engano, como já disse: uma imagem fotográfica é obtida por meio de sistema ótico-sensível passível de manipulação!


Uma Câmera Fotográfica é um aparelho composto de elementos óticos e mecânicos capazes de ampliar a capacidade de um simples olhar. Possui ajustes para cada uma das possibilidades que se colocam diante dela sejam luminosas, espaciais ou temporais, ou seja, a imagem não é tomada direta ou espontaneamente do meio, mas sim decorrentes de escolhas, recortes, redesenhos e ressignificações que são, numa linguagem mais simples, manipulações.

Anatomia de uma DSLR
Esquema de uma câmera fotográfica digital, (https://davidtran.com.au/index.php?start=21)
Essa manipulação começa com o ajuste do estenopo, do orifício. Ele pode ser manipulado por meio da alteração de sua dimensão que pode ser aumentada ou diminuída o que implica em diminuir ou aumentar o Foco e a Profundidade de Campo. O mecanismo que possibilita estas variações se chama Diafragma. O efeito visual dessas manipulações resultam em imagens mais nítidas e com maior profundidade quando se usam aberturas pequenas e, ao contrário, quando se usam aberturas grandes, o efeito é oposto: menos foco e menor profundidade.

Resultado de imagem para f diafragma fotográfico
Números F relacionados às variações de abertura do Diafragma.
Foco é a qualidade da imagem e Profundidade de Campo a capacidade de produzir foco em profundidade diante da câmera. Quanto menor a abertura maior é a PF, ao contrário, quanto maior a abertura, menor é a PF

Resultado de imagem para foco seletivo
Usando abertura maior é possível produzir "foco seletivo", ou seja, focar parte da imagem e desfocar outra parte. Isso serve para reforçar o interesse sobre algo e reduzir o interesse do que não se quer destacar. ( https://br.freepik.com/ )
Resultado de imagem para profundidade de campo
Ao usar aberturas pequenas obtêm-se "foco contínuo", maior profundidade de campo.
 ( https://olhares.sapo.pt/profundidade-de-campo-foto1845343.html )
Isso não é tudo, dada a possibilidade de registrar a imagem luminosa num suporte sensível, esse suporte deve ser capaz de reter tal imagem. Ele é capaz de reter essa imagem desde que exposto por um dado período de tempo. Para ter uma ideia de período, diz-se que a imagem gravada por Niepce foi exposta durante oito horas. Um “instantâneo” como se diz, seria impraticável naquela época. Contudo, o desenvolvimento da química e depois dos sensores digitais, fez com que, hoje em, seja possível obter imagens em milésimos de segundo, logo, pode-se também manipular o Tempo de Exposição de uma tomada. O mecanismo que possibilita esta variação se chama Obturador. A base de cálculo para tal variação é o período de 1 segundo subdividido pela metade até frações milesimais. O efeito de sentido obtido por meio deste tipo de manipulação resulta em imagens “congeladas”, quando usamos velocidades altas e “borradas” quando usamos velocidades lentas. Assim aquilo que se movia no momento da tomada a imagem pode ser fixado ou não, logo: Borrar ou não, eis a questão!

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Uma tabela de velocidades do obturador relacionada ao tempo de exposição do sensor na câmera.
Velocidades mais rápidas fixam a imagem, velocidades mais lentas borram a imagem. Para melhor entender a tabela, é bom usar figuras:

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      1/500                                     1/30                                    1/10            

Esta imagem ilustra bem os efeitos de variação da velocidade do obturador de uma câmera fotográfica.
https://famous.brilio.net/ )

Deste modo, o que chamamos de Manipulação nesse contexto, se refere às condutas de “ajustar” os mecanismos e recursos da câmera às condições luminosas e ambientais para produzir uma imagem adequada ao sentido proposto, ou seja, compatíveis com o que se quer dizer.
Aqui reside uma questão prioritária na construção de imagens: O da fotografia que se recusa a ser um “espelho”, uma imitação, registro do mundo natural e quer se instaurar como um recurso de criação. Ao invés de ser uma fotografia documental, quer ser uma fotografia Autoral.
Nesse sentido, quer ter a mesma liberdade criativa e expressiva que os outros meios de criação artística possuem. Tal intenção é razoável já que boa parte das poéticas artísticas disponíveis no contexto da arte atual decorrem da vontade, das proposições e propostas dos artistas sem preocupações em serem fiéis ou não ao mundo visível. Porque só a fotografia deveria permanecer fiel ao “espelho do real”?

Imagem relacionada
Rayograph Spiral, 1923, Fotografia de Man Ray, um dos primeiros autores a abdicar da representação do natural e investir na criatividade, invenção e investigação fotográfica.

Imagem relacionada
Distorção, Andre Kertész, 1933.

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Edward Weston, 1930.

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Fotografia de José Yalenti, um dos brasileiros a incorporar o conceito de Fotografia Moderna.

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Fotografia de José Oiticica.

A partir do trabalho de artistas como Man Ray, Kertész, Weston, Yalenti e Oiticica, foi possível entender também a fotografia como afastamento do natural, explorando as possibilidades criativas e inventivas. Assim nasce a chamada Fotografia Autoral, que adotou a liberdade criativa e expressiva como qualquer outro meio de criação artística. 
Esse tipo de abordagem procura se afastar ao máximo da automação e dos modelos absolutos definidos e impostos pelos fabricantes de câmeras e pelas convenções socias da fotografia e, como recurso, recorre à ruptura ou à subversão do hardware, como explica Vilém Flusser, na Filosofia da Caixa Preta, e se torna dona de sua própria criação, expressão e significação.

Aqui volto para a questão inicial: Um smartphone é uma Câmera Fotográfica?
E repito a resposta inicial: NÃO!
Acredito que agora seja mais fácil explicar porquê.

O sistema de captação/edição de imagem de um aparelho de telefonia celular não corresponde às características tampouco aos recursos que uma Câmera Fotográfica possui.
Estes aparelhos possuem apenas softwares “simuladores de imagens fotográficas” e não produtores de fotografias.

Uma câmera fotográfica possui diferentes componentes passíveis de ajustes que se destinam a adequar as condições luminosas e espaciais à imagem que se pretende criar e, os Smartphones não. Eles não possuem Diafragmas, obturadores, lentes variáveis e/ou manipuláveis que são os elementos distintivos e característicos de uma câmera fotográfica. Nesse caso, não há possibilidade da realização de ajustes relacionados à luz, ao foco, à velocidade, à sensibilidade e tampouco possibilitam a variação de lentes.

Contudo, como possuem softwares para processamento de imagens altamente sofisticados, apresentam excelentes resultados, muitas vezes, melhores do que se a mesma pessoa optasse pelo uso de uma câmera fotográfica no lugar de um Smartphone. Obviamente porque estes aparelhos são projetados para dar ao usuário a sensação de domínio sobre as habilidades fotográficas.
Se as câmeras profissionais possibilitam a captação e edição de imagens segundo os interesses do autor, os smartphones só fazem imagens de acordo com sua programação/automação.
Somos enganados ou iludidos por estes aparelhos, já que eles limitam nossa intervenção sobre eles? Então o que fazer a partir de tais limitações?
Nesse caso há limitações quanto ao tipo de imagens que se pode obter, mas não se é impedido de obter imagens. Mesmo assim é possível atuar no processo de tomada da imagem e impor a ele uma boa dose de autonomia criativa.

Desde sempre as imagens fotográficas foram resultantes das opções do autor. Obviamente que tais opções podem ser limitadas ou expandidas de acordo com as condições técnicas, conceituais, estéticas ou mesmo ideológicas. Entretanto, no contexto da Arte, não há limitações.
Independente dos ajustes de uma câmera fotográfica ou a falta deles num Smartphone, a escolha do assunto é uma opção do autor, logo, a primeira pergunta que se deve fazer ao decidir fazer uma imagem é: O que eu quero registrar?

O que é relevante para mim ou para os outros que me leva a pensar em registrar?
Se esta primeira questão foi resolvida, se uma abordagem, tema, assunto ou proposta foi definida, a questão que vem a seguir é:
Como eu devo registrar?
O que leva a outra questão:
Como recortar a cena que está diante de mim? Como selecionar os elementos e o espaço que se coloca diante de mim? Como transformar aquilo que tenho à frente em imagem?

Assim chegamos à COMPOSIÇÃO uma das coisas que, independente do meio que se usa para fazer fotografias, é comum a todos eles.
Composição é o nome dado ao processo de organizar o espaço virtualizado pela imagem nos limites do suporte visível.
A tradição artística definia regras para composição: segmento áureo, regra dos terços ou simetrias eram recursos usados pelos artistas para organizarem o espaço em suas obras desde a antiguidade. A Fotografia, como filha da Arte e da Tecnologia, seguiu os mesmos passos. O recurso mais comum, recomendado por muitos fotógrafos, para fazer fotografias é a regra dos terços.
    
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Construção do Retângulo Áureo, indicado desde a antiguidade para organizar o espaço de modo não simétrico.

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Regras de Fibonacci para definir as proporções espaciais.



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Grid da "regra dos terços", indicada para compor imagens fotográficas.

Como se vê, há várias indicações e regras para organizar o espaço compositivo, mas lembre-se sempre da primeira, unica e definitiva regra: Não há regras!
Um ponto a favor: a tela do aparelho é retangular e pode ser posicionado na horizontal, vertical ou diagonal. Nesse sentido, a Composição é então o recurso que resta, considerando que os Smartphones não são câmeras fotográficas, mas são preparados para construir imagens já tratadas. Assim é possível obter boas imagens nesses aparelhos.

A primeira questão que deve ser considerada é: Qual a melhor posição para tomar a imagem?
Em fotografia chamamos a isso de Enquadramento.
O enquadramento é a posição em que o autor observa o ambiente para recortar a imagem que quer registrar e o que se pretende dizer com ela. O enquadramento ou recorte pode ser feito a partir de vários ângulos na tomada ou ainda na edição.

Um enquadramento convencional é o Central:

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https://www.publicdomainpictures.net/

O enquadramento lateral dá um toque mais dinâmico à imagem:

Resultado de imagem para fotografia enquadramento plongée
Cannon College.

Acima/ascendente e Abaixo/descendente ou ainda combinando estas posições
Cada um deles impõem sentidos diferentes às imagens.

Resultado de imagem para fotografia enquadramento
Tomada Ascendente, aumenta a pressão da dimensão sobre o observador.

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Tomada Descendente aumenta o domínio do espectador sobre o ambiente. (https://pauzicka.zoznam.sk/)
Outra questão importante é a Distância da tomada, grandes distâncias falam sobre o todo, imagens mais próximas revelam detalhes e descrições mais apuradas.

Resultado de imagem para Fotografia paisagem
Uma tomada à distância revela aspectos gerais, dão uma visão panorâmica e informam sobre o todo. (https://www.urbanarts.com.br/)
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Uma tomada próxima revela detalhes mais significativos sobre o assunto, explica melhor. (https://www.shutterstock.com/)
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Tomadas próximas, como um close, revelam muitos detalhes, como textura e detalhes da imagem. (https://br.pinterest.com/)
Resultado de imagem para macrofotografia
A macrofotografia é um tipo de aproximação extrema, amplia a tomada e revela detalhes que, nem sempre o olho é capaz de perceber. (https://fotografianinja.com.br/)
Além disso, há a possibilidade de tratamento, edição, no próprio aparelho ou ainda em softwares de edição de imagens. Alguns aparelhos já possuem aplicativos capazes de melhorar as imagens é só localizá-los e experimentá-los. Além disso é possível “baixar” gratuitamente aplicativos de tratamento de imagens para smartphones em vários sites.

Enfim, só não cria quem não quer. Aproveite as informações e seu gadget, afinal ele não foi feito para falar mesmo... curtam e compartilhem, agradeço.