O Estranho Caso de ROMERO-BROKEN-BRITTO


O Fato!

Neste mês pandêmico, assistimos pela internet um evento sui generis promovido por uma in"feliz" proprietária de uma das obras de Romero Britto quebra-la em uma de suas galerias, na presença do próprio artista, sem qualquer remorso...

Conta a mídia que a senhora foi até a galeria manifestar sua indignação e desaprovação ao comportamento desairoso, desagradável e esnobe que Romero e um grupo de amigos teve no restaurante de propriedade da dita senhora. Conforme se sabe o fato ocorreu em 2017, mas só agora foi postado numa rede social e, obviamente, viralizou e colocou de novo em pauta o assunto. Como não podia deixar de ser, também aproveito o ensejo, para falar um pouco de Arte.

A senhora, por sentir-se agredida pelas palavras e comportamentos deles na ocasião resolveu manifestar seu dissabor levando uma obra de sua propriedade, adquirida anteriormente do próprio artista e quebra-la diante dele e do público presente, obviamente alguém gravou e, consequentemente, viralizou.

O modo como ela fez isso foi, como poderia dizer, por meio de uma Performance, ou seja, um ato performático de destruição. Talvez usando a mesma estratégia que ele e seu bando havia promovido anteriormente no restaurante da senhora pagando “com a mesma moeda” a perversidade do artista e seu séquito elitista no seu restaurante. 

A senhora performática justificou seu ato por não querer possuir algo que tivesse sido produzido por alguém de tão baixa estatura ética e moral. Enfim, a obra era de sua propriedade e quem detém a posse de uma obra de arte pode fazer dela o que quiser. É a conduta do mercado, vamos dizer, secundário de Arte Visual, pois a partir do momento que alguém adquire um bem de um artista, galeria, instituição ou casa leiloeira tem a posse e o direito de propriedade sobre o bem. O autor permanece com a autoria mas não com o direito patrimonial.

Portanto, não há qualquer questão relacionada ao direito de propriedade que prejudique um ou outro: o autor já recebeu sua paga e a proprietária se dispôs a destruir seu bem. A questão que está em pauta não é de caráter artístico ou cultural, mas sim moral. Ao que parece, foi o que gerou o problema, supostamente, resolvido por meio da performance destrutiva empreendida pela colecionadora descontente com o artista. Tadinha da obra, que culpa tinha de tudo isto?

Para conforto dos defensores das causas perdidas, basta entender que não é uma peça única nem algo original, tampouco tem qualquer valor histórico. É parte de uma série comercial, portanto, nada de irreparável aconteceu no contexto artístico ou cultural, foi apenas resultado de uma desavença pessoal.

Embora o vídeo só aparecesse agora, o artista se manfestou por meio de uma carta lamentando o fato dizendo que tal ato colocou em risco a ele, a senhora e clientes pois poderiam ter sido feridos por cacos da obra, contudo não se desculpou ou justificou o fato original que foi o de ter destratado pessoas anteriormente. Se quiserem uma versão do fato: https://www.youtube.com/watch?v=09092tB1YUw

Os motivos que geraram a polêmica em questão podem ficar à parte, só estou aproveitando o calor do momento. Enfim, vamos aos aspectos correlatos às Obras de Arte e não estimular a baixaria midiática gerada pelo evento. Minha preocupação é discutir questões relacionadas à Arte e não alimentar querelas.

Há uma certa polêmica em torno de Romero Britto, comumente há restrições em relação à “artisticidade” de seus trabalhos, sempre se coloca se o que ele faz é Arte ou não.

Sem qualquer dúvida posso dizer que ele é um artista sim e que produz obra de arte, pois reúne os requisitos necessários para ser assim considerado. Isto satisfaz uma parte da questão. Contudo restam outras que devem ou podem ser esmiuçadas para melhor compreender o tipo de arte que ele faz, como e para quem faz. Ressalvo que gostar ou não do que ele faz não é critério de valor ou de julgamento, mas de preferência.

A figura pública ou a pessoa de Romero Britto não interessa nem um pouco, não sei o que faz em sua vida particular ou privada. No entanto no contexto da Arte Visual, é necessário tecer alguns comentários e considerações que podem dirimir algumas dúvidas.

Numa visão superficial pode-se dizer que é um artista que tem reconhecimento em alguns circuitos e também sucesso comercial. É inegável que suas produções, em geral, gozam de um certo prestígio no mercado de consumo de produtos com assinatura (ou grife) ao gosto da indústria cultural.

Quebrar uma Obra de Arte é pecado?

Quebrar algo revestido de valor simbólico, como uma obra de arte, não é tão estranho assim. Haja visto as esculturas de personagens “non gratas” à sociedade atual que têm sido depredadas, destruídas pelo simples fato de não serem “politicamente corretas” nos dias atuais como exploradores, conquistadores, genocidas e escravagistas constituindo atos simbólicos e catárticos de expiação coletiva. Portanto há que se ponderar sobre o que se quebra e porquê se quebra. No mundo ocidental quebrar, destruir patrimônio público é crime, a menos que aconteça sob a guarda do estado por meio de eventos fortuitos como incêndios, por exemplo...

Ai Wei Wei, artista chinês,  numa performance estético/política/simbólica, em 1995, quebra uma peça da Dinastia Han com 2.000 anos de história. Obviamente os motivos de Ai Wei Wei e os da senhora dona do restaurante foram diferentes, contudo o processo que ambos adotaram para mostrar seu desapreço foi o mesmo: a destruição simbólica de algo que tem valor para alguém. Talvez a performance da senhora tenha sido muito mais contemporânea, em termos de Arte, do que as de Britto.

A Obra Big Apple, cujo valor superestimado é em torno de vinte e seis mil reais. O prejuízo foi apenas da ex-proprietária que perdeu a oportunidade de atualizar seu patrimônio, o componente simbólico dessa e de outras obras do autor é pouco relevante por se tratar, em geral de produtos mercantis, com assinatura impressa e em edições ilimitadas. É um objeto destinado à decoração.


Citei a Indústria Cultural por reconhecer que os meios usados pelo mercado de bens culturais, debatidos e explicados pelos autores da Escola de Frankfurt, são recorrentes na sociedade de massa e de consumo, impregnando a compreensão e a apreciação da Arte ao longo do tempo e criando conflitos, ainda não resolvidos entre o passado e o presente, entre conservadores e inovadores, entre tracionais, modernos e pós-modernos. A polêmica está no ar...

Talvez aqui esteja um dos principais pontos da compreensão/incompreensão das obras de Britto pois, como disse antes, ele é capaz de produzir obras de arte já que é um artista. Também disse que é necessário discutir outras questões paralelas: o que ele faz, como faz e para quem faz.

Ele tem público para suas obras, sejam elas objetos decorativos, pinturas ou esculturas. Na minha opinião é um público formado por celebridades, turistas que vão à Miami para desfrutar das facilidades comerciais que a cidade oferece e nouveau richs que querem demostrar seu poder aquisitivo sem esforço intectual.

Um dos fatores que importa é como faz: Basta observar que, quando alguém tem uma boa cobertura da mídia, é “homenageado” com seus retratos.

O atual presidente, a ex-presidente Dilma, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. Também temos Madona eternamente pop... Ronaldinho, Neymar ou Bart Simpson...

E não para por ai, nem os Obamas ou Hilary, se safaram, dele nem Papa escapa, Britto: O insaciável...

Tampouco obras de outros artistas: Petmonalisa ou a Popstarsila?


Nem designs escapam, nem poltronas sofás resistem às almofadinhas fofas:


Isto também não é incomum no contexto do mercado de arte: os artistas podem se apropriar da popularidade que envolve as celebridades para dar um “up grade” em sua produção. Uma maneira de, quem sabe, obter uma fatia do mercado é agradar aos fãs ou seguidores de personalidades, políticos e pop stars.

Antes os retratos eram encomendados por reis, rainhas, papas, cardeais e pela burguesia endinheirada, neste caso, ao contrário, parece ser o artista que se dispõe a retratá-los e presenteá-los para absorver parte desta celebridade.

Então há duas questões subliminarmente postas aqui: uma diz respeito à produção artística como tal e outra à mercantilização dessa produção.

Nem sempre quem produz a Obra de Arte está preocupado com questões de mercado, embora dependa dele, não é ele que o faz produzir, por outro lado, há os que focam exatamente no mercado e sua produção é dirigida especificamente para ele. Parece ser este o foco de Britto, nesse caso, ele sofre as críticas negativas justamente por colocar o mercado como prioridade e não a Arte.

Desde a Pop Art, nos idos da década de 50, 60 e 70 do século XX, vários artistas de apropriaram das estratégias de marketing destinadas à sociedade de consumo e as tomaram como estratégias discursivas na realização de suas obras.

O diálogo entre Arte e Consumo teve nessa tendência estética/estilística um forte apelo às massas e, por ironia ou esperteza, se tornou uma das tendências mais importantes nas referidas décadas cujos resultados ainda se enfrenta hoje em dia.

Só para exemplificar tal conduta, basta destacarmos um dos nomes mais emblemáticos desta tendência que foi Andy Warhol. Suas obras são uma somatória de ironia, apropriação, irreverência e sagacidade. De um modo ou de outro, acabou por contaminar a visão superficial de quem acredita que se apropriar de bens de consumo é fazer Arte. Nesse caso a interpretação literal de uma proposição conceitual acabou levando ao entendimento banal de que bastava tirar algo da prateleira do mercado e colocar numa galeria que isto se tornava automaticamente Arte: “O feitiço virou contra o feiticeiro”.

Warhol fez isto: se apropriou de personalidades muito conhecidas, comemoradas, enaltecidas no meio social e os transformou em obras. Ícones pop passaram a povoar suas obras no lugar das caixas de sabão em pó ou latas de sopa.

Como as Marilyns de 1964, serigrafias realizadas a partir de fotos da atriz Marilyn Monroe, celebridade na época.

Elvis de 1963, o ditador chinês Mao Tse Tung de 1972, Mona Lisa de 1979,  Mickey Mouse de 1981


No Brasil, não se pode esquecer de outro artista contemporâneo, Wik Muniz que também recorreu a algumas estratégias “Popianas”, na sua galeria de celebridades como Pelé nosso mais célebre jogador de futebol, Seu Jorge o cantor, Joãozinho 30 carnavalesco, Lula ex-presidente da república, ele próprio e ele mesmo.

  

Pode-se dizer que Britto se apropria desse fenômeno “Tardo-Pop” e tira bom proveito dele. Suas estratégias de “marketing” funcionam bem e assim consegue manter sua produção. Percebem-se aspectos e apelos decorativos explícitos em suas obras: são coloridas, divertidas, atraentes e até exóticas evocando a “brasilidade”, as “cores da terra”, tão ao gosto do “nouveau rich” internacional. Cria uma espécie de círculo vicioso ou viciado no qual uma celebridade compra uma obra, outra a inveja e compra outra que, por sua vez compra outra e outra e outra... A distinção gerada pelo Kitsch.

É comum também ouvir dizer que o desprezo por suas obras é pura inveja ou despeito daqueles que não obtiveram tanto sucesso quanto ele.

Parece haver um certo oportunismo na constituição de suas obras o que difere de oportunidade ou da sintonia com a contemporaneidade.

É neste sentido que a Arte Contemporânea se distingue da simples apropriação estilística ou comercial de temas ou aspectos da cultura de massa e que os artistas mais integrados às questões estéticas, culturais e sociais defendem, aqui talvez resida a maior tensão entre as proposições Brittonianas e seus desafetos.

Não me parece que Britto deva ser condenado por se apropriar desse sistema, pois ele é fruto dele e, por isto, tão vítima quanto nós outros, a grande diferença é que ele está do lado de quem se beneficia disto e não do lado de quem perde...

Parece seguir a cartilha de “levar vantagem em tudo” tão ao gosto daqueles que não consideram a relevância do outro e simplesmente o ignoram num percurso mais individualista, parece ter sido este o pomo da discórdia que levou a senhora a destruir a obra em questão. Mas este não é o problema principal.

O pior problema é a indigência educacional que impede a difusão do conhecimento sobre Arte e a Cultura. Isto leva à péssima sensação de que Obras de Arte são apenas produtos que impactam pela atração, pelo marketing, pelo valor, pela persistência reiterada nas mídias de comunicação social destinadas ao consumo e não ao diálogo com a sociedade para informar e assim contribuir para ampliar o conhecimento neste contexto.

Somos todos vítimas de um processo de pasteurização de valores e conceitos em busca de comportamentos hegemônicos, repetidos e alienantes.

Então Romero Britto se encaixa nesse universo mercantil como uma luva.

Conquistou um status junto ao mercado que fez dele, um artista quase design. Para não estimular o ódio dos designers, explico: Britto se tornou uma griffe, ou uma marca, um sinônimo de produtos que podem ser identificados por uma série de estilizações, características reconhecíveis que envolvem a figuração graciosa, engraçada, alegre, infantilizada, decorativa e outros adjetivos ou atributos mercadológicos aceitáveis dentro do segmento de consumo.

Ele teve a sorte ou oportunidade ou sagacidade de estrelar uma das séries mais bem sucedidas de marketing empreendido pela marca sueca de vodka a Absolut, cuja estratégia foi imprimir seus rótulos a partir de obras de vários artistas mundiais. O brasileiro escolhido foi ele...

Nesse programa de marketing ele esteve em boa companhia:

Um passo relevante para um artista, principalmente por estar na companhia de outros nomes reconhecidos no campo da Arte internacional.

Pode ter sido uma grande coincidência ou uma boa relação com agentes de  publicidade ou galeristas que o levaram também para a Pepsi ou à Temakeria Makis Place, à Disney, ou ao seu Porsche 911:


Hoje em dia há uma coleção imensa de produtos “romerobrittonianos” disponíveis no mercado, sejam eles interessantes ou esdrúxulos...

Dá para fazer um catálogo, ou melhor, já existem catálogos para vários tipos de comércio disponíveis para licenciamento:


Nesta linha de raciocínio, o trabalho comercial de Britto, não é diferente de qualquer ilustrador, ornamentador, decorador que investe em estamparia de tecidos, papel de parede e na ornamentação de produtos. Não há originalidade na criação de uma proposição artística em si, mas a aplicação de alguns recursos estilísticos, decorativos ou ornamentais que atendem ao gosto do público ou são lançados para o público como sempre fez a indústria, à exemplo da Disney que vende licenciamentos de seus personagens para decoração de objetos infantis, ou do nosso querido Maurício de Souza com seus personagens.

Não se pode dizer que este segmento mercantil se encaixe dentro do contexto da arte, do mesmo modo que o design ou decoração de interiores, embora sejam desdobramentos do campo do Design, não cumprem todas as prerrogativas do Design, pois mesmo tendo origens comuns, seguiram caminhos diferentes.

É nesta linha de raciocínio que o trabalho de Romero Britto se distingue das questões essenciais do contexto da Arte Visual propriamente dita: embora possa ter origem comum apresenta fins diferentes. No caso dele, se dedica ao desenvolvimento de uma marca com fins mercantis.

Nada o impede de, vez ou outra, trabalhar na produção de obras que se refiram à tradição artística como os retratos em pintura com os quais presenteia celebridades no intuito de fazer mídia.

Não há dúvida de que domina estratégias discursivas do contexto artístico como a manipulação de materiais, suportes e instrumentos tradicionalmente pertinentes ao campo da Arte Visual, no entanto os fins para os quais os manipula não são necessariamente propositivos nem se dedicam a descobrir ou buscar transformações substanciais nesse campo poético.

Por meio de tais habilidades replica e homologa muito do que já foi dito, o que já foi feito muitas e muitas vezes, basta recorrer aos exemplos da Art Pop aqui mostrados, na qual ele se diz enquadrar.

Há uma suposta legitimação da produção de alguns artistas tomando por referência a aceitação pelo mercado. Digo que o Mercado de Arte não é detentor de conhecimento sobre a Arte mas sim um sistema de manipulação que visa, como resultado, o valor econômico que uma ou outra obra, um ou outro artista, pode gerar desde que se enquadre no processo de “fabricação” de sua celebrização como artista eleito ou escolhido pelo sistema.

No contexto social no qual se vive há várias tendências artísticas que se desenvolvem paralelamente umas entre as outras. Não há como estabelecer um padrão hegemônico e foi justamente contra isto que insurgiu o Modernismo e se desdobrou no Pós-Modernismo. Não vale a pena defender que um tipo de Arte é melhor e outro é pior. Que uma pessoa pode ser considerada artista quando se enquadrar no gosto dominante e outra não por não se enquadrar.

A responsabilidade do debate sobre a Arte e seu conhecimento cabe aos estudiosos.

Não é o senso comum ou a mídia que deve pontuar o debate sobre Arte, mas aqueles que se dedicam a este campo de conhecimento e, por fim, a educação que, por sua vez, deve preparar a sociedade para entender as diferentes questões sociais e culturais, entre elas a Arte.

Volta e meia, debates como este criado por uma querela entre duas pessoas, acaba tomando espaço da mídia a ponto de obliterar questões importantes. Na maioria das vezes as pessoas estão mais preocupadas com a polêmica do que com o assunto propriamente dito. É aqui que entram os professores de Arte.

Minha preocupação é colocar os “pingos nos is”, ou seja, tentar clarear um pouco a polêmica pelo lado do conhecimento sobre Arte e aproveitar para ampliar o olhar daqueles que, por interesse, sorte ou acaso possam ler o que eu disse e, a partir dai, formular suas próprias concepções.

Preferentemente se informando mais e buscando mais dados para entender este fenômeno social que nos acompanha desde os primeiros tempos da humanidade.

Se Arte não fosse importante para a sociedade já teria desaparecido há muitos séculos ou milênios...

Não é um boa estratégia menosprezar um ou outro tipo de manifestação artística por não gostar ou não entender mesmo porque ela está em constante transformação. O que se entendeu por Arte ontem não é o que entende hoje e, provavelmente, não será o que entenderá amanhã.

Por isso é importante estudar Arte como também estudar tudo aquilo que está ao alcance para conhecer e entender melhor o ser humano.

Independente de termos na história bons e maus momentos, é necessário focar nos bons em detrimento dos maus.

Não considero Romero Britto um mau artista, apenas não o vejo como um representante do contexto da Arte atual por não se enquadrar nos procedimentos mais hodiernos e contemporâneos, é um representante de uma categoria de manifestação típica das tendências mercadológicas e mercantis com as quais se dá muito bem.

Seria muito altruísmo de sua parte abrir mão de toda conquista que o mercado e o capitalismo lhe proporcionou e se aventurar em proposições que, em geral, não dariam retorno semelhante, mesmo com sua popularidade.

A Romero o que é de Britto, e aos demais as lutas pelo reconhecimento de suas proposições estéticas e conceituais.

A Arte não é só o que o mercado marca, mas sim o que o ser humano determina que seja na relação com o contexto social e na cultura na qual está inserido.

Nem todos os artistas viveram ou sobreviveram do que fizeram, mesmo assim permaneceram fazendo e o repertório constituído por suas obras nos ensina a sermos cada vez mais humanos.

Encerrando:

Bem, parece que o que começou com um conflito pessoal e uma disseminação  “internetiana” trouxe oportunidade de tematizar algumas questões sobre a Arte e a Obra de Romero Britto que, de outro modo, não me preocuparia em falar à respeito, simplesmente por não ser uma prioridade no repertório de interesses que me motivam.

De certo modo foi bom e acredito que também tenha servido para outras pessoas olharem com um pouco mais de condescendência para os outros, mesmo os mais arrogantes.

As preocupações que tenho em meus textos são sempre as de possibilitar que mais pessoas possam olhar para a Arte com mais vagar, paciência e interesse.

Mesmo que aquilo que se mostra de imediato não diga o que queremos ouvir, é bom ponderar a respeito, esmiuçar o assunto e, assim, ampliar o conhecimento.

Por isso tenho mantido um lema, parafraseando Lavoisier:

Em Arte nada se perde, tudo se cria e tudo se transforma...